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Por Ana Lúcia Guizzardi - revistastatus76@yahoo.com.br
Todos os parentes, e muitos dos amigos, sabem de minha verdadeira adoração por gatos. E é legal porque trata-se de uma paixão eterna, diferentemente daquela que se nutre pelos gatos humanos, condicionada a vários fatores onde mais dia, menos dia, eles insubordinam-se e põem a paixão a pique, inexoravelmente.
Ao contrário, a que se nutre pelos bichos é incondicional, não há risco de acabar!
Certa vez eu vi na Internet uma mulher tão apaixonada, tão ligada aos felinos, que transformou sua casa num “gateiro” impressionante!
Gatos na pia da cozinha, em cima da geladeira, no lustre da sala, dependurados nas cortinas, em todo centímetro quadrado da casa.
De todas as cores e tamanhos a mulher colecionava, dizendo que sair à procura dos bichinhos abandonados para cuidar deles é seu passatempo preferido.
Mal comparando com uma colmeia, se acaso abrisse um buraco na parede da casa da mulher, sairia uma nuvem de gatos!
Não sou tão exagerada, mas aqui em casa eu cheguei a contabilizar recentemente uns 15.
É que, embora não tenha tempo nem disposição para sair por aí recolhendo animais de rua, até porque não sou poder público (nem este se preocupa com o problema, muito menos possui um órgão específico), tenho mais o que fazer e não confundo amor com fanatismo.
Mas os bichinhos vão chegando, procriando, e eu, com dó, mantenho-os.
Estou abordando isso porque lembrei de uma história (ou estória) que Pedro Teixeira contou num de seus livros, de um casal erudito da cidade grande que, ao visitar uma fazenda aqui da região, viu um gatinho tomando leite num pires que era uma porcelana rara do século XVIII, extremamente valiosa para colecionadores.
Então, de olho no objeto, mas não querendo despertar a curiosidade do matuto proprietário do lugar, resolveu fazer uma oferta, mas pelo animal.
- O Sr. não vende o gatinho?
- Vendo, sim sinhora.
- E quanto quer por ele?
- Humm..., R$ 50? (estou colocando em moeda atual para facilitar o raciocínio).
- Fechado.
Ato seguinte, a mulher pega o pires, mas o matuto o toma de volta:
- O pires não está no negócio.
- Mas..., como vou dar leite ao gatinho sem o pires que ele está tão acostumado?
- A sinhora dá em outra vasilha, ora - , responde o matuto.
- Eu compro o pires, então.
- Não vendo.
- Não vende por quê?
- É que por causa desse pires, eu já vendi uns 200 gatos!
Ah, se eu tivesse um pires desses!
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