domingo, 14 de julho de 2013

Após cirurgia na vesícula, mulher tem orgasmos pela sola do pé

Imagem ilustrativa copiada de www.hngn.com

Do portal Terra
Imagine ter orgasmos ao fazer caminhadas, ir às compras ou simplesmente permanecer com os pés no chão? É isso o que acontece com a britânica A., de 55 anos, que preferiu não se identificar. Dezoito meses após passar por uma cirurgia da vesícula biliar, ela começou a ter sensações de orgasmos espontâneos na sola do pé. 

De acordo com médicos, que relataram o caso no Journal of Sexual Medicine, essa síndrome pode ser mais comum do que se imagina, mas normalmente os pacientes deixem de procurar ajuda por vergonha.


Interpretando a charge 19 - ONU sugere comer insetos para reduzir a fome no mundo


A ONU (Organização das Nações Unidas) lançou em 13/5 um programa para incentivar a criação de insetos para combater a fome no mundo (aqui). E o cartunista Nani não perdeu tempo: hilária a charge!

Se eu aprender a fazer um bom guizado de mosquito economizarei bastante a conta do supermercado, principalmente no verão!

Pena que caramujo não seja classificado na rubrica "inseto"! Depois de qualquer chuvinha, quilos e mais quilos dos moluscos proliferam como nuvens de cupins. Seria um maná!

Pablo Neruda era, além de escritor e poeta, malacólogo. Se ele estivesse vivo, eu consideraria a ideia de mandar-lhe de presente um caramujo que vi aqui no quintal, dia destes. Sem exagero, devia pesar uns 300 gramas!

Autor: José Henrique Vaillant 

Série Grandes Pensadores - Winston Churchill

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Para azar da seita que venera corruptos, Joaquim Barbosa é um homem honesto


Por Augusto Nunes
O ministro Joaquim Barbosa já esclareceu que nunca figurou em listas de passageiros da FABTur. Quando viaja entre Brasília e o Rio de Janeiro, o presidente do Supremo Tribunal Federal usa passagens aéreas da cota a que têm direito todos os integrantes da corte. Foi o que fez na última sexta-feira de maio, quando embarcou para o fim de semana em seu apartamento no Rio. 

sábado, 13 de julho de 2013

Segundo o autor deste texto, expectativa de resultados das empresas de Eike Batista foram superdimensionadas pela imprensa



Anúncios ardilosos
Por Mauro Malin

Reportagem do O Estado de S. Paulo de domingo (7/7), assinada por Irany Tereza e Mariana Durão, prestou bom serviço aos mostrar que “Bolha da OGX foi inflada por 55 anúncios de descobertas de petróleo”. Levantamento feito pelo jornal constatou que a petroleira de Eike Batista fez 105 comunicados ao mercado em dois anos e meio, grande parte deles anunciando descobertas em um mesmo poço; CVM vai investigar ‘conjunto da obra’ e o efeito no preço das ações’.”

 De outubro de 2009 a maio de 2012, contabilizaram as repórteres,

 “a OGX protagonizou (...) 55 anúncios de descoberta de petróleo ou declarações de comercialidade (jargão que indica, no setor de petróleo, que uma área pesquisada vai virar um campo produtor). A cada comunicado promissor, o mercado reagia imediatamente e a empresa acompanhava os saltos no gráfico de suas ações”.

 Esse caso recentíssimo é uma ilustração contundente da maneira como tantos assuntos são processados pelo “embromódromo” oficial brasileiro (ver “Fatos levaram multidões às ruas”). Na mesma página do Estadão, Sérgio Torres analisa a linguagem “da elogiosa autobiografia O X da Questão”, de Eike Batista. E pinça esta pérola: “A OGX tem no seu DNA algo especial que herdou de mim: a vontade de encantar e surpreender”. Sabrina Valle, em outra matéria, diz que “Reguladores, BNDES e grandes bancos privados não viram problemas nas promessas das empresas de Eike”.

Alguma coisa por nada

Essa pequena amostra do que os jornais deram desde a queda do valor de ações de empresas X não depõe contra Eike e sua turma de comunicação. Depõe contra a própria imprensa. E, ao mesmo tempo, contra os leitores que se deixaram embair pela melodia tão atraente. Fizeram-no porque o quiseram.

No livro Tudo faz sentido (It All Adds Up, traduzido em 2001 no Brasil), Saul Bellow relata entrevista que fez com o trambiqueiro-mor de Chicago, Yellow Kid. É uma conversa muito engraçada. A horas tantas, Bellow pergunta a Kid (nascido Joseph Weill; viveu 100 anos): você não tem remorso por ter dado golpe em tanta gente? (Tratava-se de uma operação que prometia retornos espetaculares mediante quantias modestas; o vigarista tinha alugado uma loja com grande visibilidade e contratado recepcionistas muito atraentes.)

Kid respondeu: “Não. Eles queriam levar alguma coisa por nada. Eu dava nada por alguma coisa”.

Em Bom Jesus do Norte não há gaze para curativos, mas na Arena Pernambuco tem até Listerine para a galera

Rita e Priscila na Arena Pernambuco, em seus lugares marcados num estádio
de Primeiro Mundo encravado num país de enormes e incríveis contrastes
Minha irmã Rita de Cássia, que passa uma temporada em Recife, foi conhecer a Arena Pernambuco e  torcer pelo Taiti, no dia 23/6, com sua filha Priscila, onde viram os ilhéus perderem para o Uruguai por 8 x 0.

Segundo ela, a Arena é realmente belíssima, majestosa, nababesca. 

- Zé, meu irmão, até Listerine tem nos banheiros! -, contou ela com todos os pontos de exclamação.

Voltando no tempo, eu presenciei inúmeros jogos memoráveis no velho Maracanã. Entre centenas deles, a decisão do Brasileiro de 1980, quando o meu querido Urubu (Flamengo) papou o Galo (Atlético MG) à moda da casa, e em 1983, quando devorou o Peixe (Santos SP) à "estabefe" na conquista do tri. 

Em 1980, eu e o mano Eduardo compramos os ingressos de arquibancada com bastante antecedência, mas cometemos o grave erro de no dia do jogo ansiosamente aguardado ficarmos prelibando, por demasiado tempo, umas e outras num barzinho das imediações do "Gigante do Mário Filho". 

Às 16 h (o jogo começou às 17), quando aos trancos e barrancos entramos no estádio bufando de gente, já não havia um centímetro quadrado de espaço no lado reservado à torcida do Flamengo.

Fomos obrigados a ficar no do Atlético, mesmo assim imprensados de tal maneira, que uma bunda  tinha de caber em 30 cm. 

Euforia total, mas mesmo com a ebulição etílica, não nos escapou a prudência de fingir que torcíamos pelo Galo. Mó derrota!, como se diz hoje em dia.

Eis que, a paixão que tem razões que a própria razão desconhece, quase que nos encomenda ali mesmo ao Padre Eterno. 

Quando Nunes abriu o placar, dois babacas ensandecidos lançaram-se no ar de punhos cerrados, gritando a plenos pulmões em meio a uma multidão de gente sentada, caras de decepção e de poucos amigos. 

Farejando o perigo, eu e meu irmão, com aquele semblante de condenados à morte, gritamos em uníssono como se tivéssemos previamente ensaiado: Nãããooo. Gol do Flamengo, nãããooo. Zorra. Baralho. Tomate cru. Ponte que caiu. 

Mas não teve jeito, e de certa forma demos sorte, porque a turba enfurecida nos pegou e arremessou ao léu, no ar, como estivadores em fila passando de mãos em mãos sacos de aniagem de 70 kg cada um, até que adentramos o navio, digo, à nossa torcida.

Aí, claro, fomos recebidos com hospitalidade, e como num gigantesco coração de mãe, conseguimos, Deus sabe como, um espaço para terminarmos de assistir ao jogo, ganho espetacularmente por 3 x 2 (detalhe: ao Atlético, bastava o empate). 

Em 1983 a falta de grana é que nos pregou uma peça. Nojenta, catinguenta, diga-se. Quando logramos reunir o necessário, já era dia do jogão, e tudo o que conseguimos foram três ingressos para a geral, ainda assim das mãos de cambistas (nesse dia um outro irmão, Tadeu, estava junto).

Fomos de "geraldinos" mesmo (o comentarista de rádio, Washington Rodrigues, dizia que "geraldino" era usuário da geral, que assistia aos jogos em pé, e "arquibaldo", de arquibancada, sentadinho no concreto armado). E lá embaixo ficamos à mercê dos arquibaldos em cima, e de seus copos descartáveis de chope, que também serviam de mictório.

Cruz em credo, sabem onde os fdp esvaziavam os dito-cujos cheios de urina? Sim, nas nossas cabeças!

Nada, porém, foi capaz de tirar a alegria dos três gols a zero implacavelmente enfiados nas redes santistas por aquele time de pura magia de Zico, Leandro, Adílio, Andrade e do maestro Júnior! (O Flamengo precisava vencer por dois gols de diferença).

Hoje, minha irmã tem o prazer de assistir a um jogo em cadeiras numeradas e perfumar a boca com Listerine nos banheiros da Arena. Impossível ficar espremida como sardinha em lata, e tomar banho de urina, never forever.

Enquanto isso, a Saúde Pública brasileira é a desgraceira que vivenciamos dia a dia. Aqui em Bom Jesus do Norte sequer há gaze para curativos nas unidades de saúde (vide o post anterior). 

E não é prerrogativa somente da minha cidade. Neste país de incríveis contrastes, a massa nos estádios de futebol exala hálito coletivo perfumado por Listerine, enquanto que a massa doente exala o bafo pútrido oriundo da sacanagem política!

Mais incrível é a incapacidade dessa ralé incompetente e arrogante sair do transe em que se faz aprisionada pelo marketing mentiroso, de modo a entender as razões de tão gigantescas manifestações, como as de junho.

Patéticas, humilhantes, vergonhosas as caras de espanto dos ladravazes da dignidade e da esperança!

Autor: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Não há gaze em Bom Jesus do Norte/ES, mas nem tudo está perdido: o Hospital São Vicente de Paulo ainda esteriliza gaze


Fiz uma cirurgia no dia 9/7, no Hospital Evangélico, em Cachoeiro de Itapemirim/ES, para remover um câncer de pele que se engraçou com o meu ombro esquerdo. 

Era um carcinoma espinocelular, que a faca competentíssima do Dr. Paulo Brunoro promoveu a separação amigável. 

Aliás, muito amigável, porque embora a neoplasia maligna tivesse tomado uma grande extensão da pele, nada senti durante nem após a cirurgia, da qual ainda estou me restabelecendo e espero não reatar a relação nunca, jamais, em tempo algum.

Dia seguinte, já em Bom Jesus do Norte, fui trocar o curativo numa Unidade de Saúde aqui perto de casa. Uma mocinha simpática e gentil  fez o serviço. 

Quando fui no dia seguinte, a moça, um tanto constrangida, perguntou-me se eu tornaria a voltar. Respondi que sim, que pretendia fazer todos os curativos necessários por intermédio de suas mãos delicadas.

- O senhor poderia passar antes na farmácia e trazer gaze esterilizada?, pediu, com uma voz quase sumida.

- Ahnnnn?

- É que a nossa acabou faz tempo. Essa que estou usando é gaze de rolo, que a gente aqui recorta com tesoura e leva no Hospital São Vicente para esterilizar. Mas também os rolos acabaram, os últimos pedacinhos são estes que estou usando no senhor agora...

Pensei imediatamente nas manifestações de rua que estão pipocando por esse Brasilzão afora, vivenciando, naquele momento, exemplo clássico de um dos milhares de motivos.

Gente, não há gaze em Bom Jesus do Norte. Em todos as unidades, segundo soube. Gaze!!!

Se não há gaze, há o quê?

Mas como diz o ditado que tudo tem seu lado bom, vislumbrei um, neste miserê em que vivemos: o Hospital São Vicente de Paulo ainda é capaz de esterilizar gaze!

Autor: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Charges sobre a filha da putice de os EUA espionarem o mundo



































As diferenças: a rapaziada é #, a pelegada é $


Por Josias de Souza

Excluídas das passeatas de junho, as centrais sindicais e seus penduricalhos (UNE, MST, PT, PCdoB, PDT e etcétera) organizaram o seu próprio ‘Dia Nacional de Luta’. Isso foi ótimo. Ajudou a explicar por que a rapaziada refugou a ‘solidariedade’ da pelegada partidário-sindical. São muitas as diferenças entre os dois movimentos. A principal delas é a forma como os dois grupos se relacionam com os cofres públicos. Um entra com o bolso. Outro usufrui. Vai abaixo uma tentativa de distinguir o novo do antigo:

A rapaziada é #. A pelegada é $.

A rapaziada é o bolso. A pelegada é imposto sindical.

A rapaziada é coxinha. A pelegada é pastel-de-vento.

A rapaziada é sacolejo. A pelegada é tremelique.

A rapaziada é YouTube. A pelegada é videoteipe.

A rapaziada é Facebook. A pelegada é assembléia.

A rapaziada é máscara de vingador. A pelegada é cara de pau.

A rapaziada é viral. A pelegada é bactéria.

A rapaziada é chapa quente. A pelegada é chapa branca.

A rapaziada é sociedade civil. A pelegada é sociedade organizada.

A rapaziada é banco de praça. A pelegada é BNDES.

A rapaziada é a corrida. A pelegada é o taxímetro.

A rapaziada é asfalto. A pelegada é carro de som.

A rapaziada é horizonte. A pelegada é labirinto.

A rapaziada é fumaça. A pelegada é cheiro de queimado.

A rapaziada é explosão. A pelegada é flatulência.

A rapaziada é o público. A pelegada é a coisa pública.

A rapaziada é combustão espontânea. A pelegada é ignição eletrônica.

A rapaziada é luz no fim do túnel. A pelegada é beco sem saída.

A rapaziada é pressão popular. A pelegada é lobby.

A rapaziada é farinha pouca. A pelegada é meu pirão primeiro.

A rapaziada é terra em transe. A pelegada é cinema novo-velho.

A rapaziada é o desejo de futuro. A pelegada é o destino-pastelão.

A rapaziada é namoro. A pelegada é tédio conjugal.

A rapaziada é grito. A pelegada é resmungo.

A rapaziada é algaravia. A pelegada é palavra de ordem.

A rapaziada é poesia. A pelegada é pedra no caminho.

A rapaziada é dúvida. A pelegada é óbvio ululante.

A rapaziada é Fora Renan. A pelegada é o bigode do Sarney.

A rapaziada é abaixo a corrupção. A pelegada é a perspectiva de inquérito.

A rapaziada é mistério. A pelegada é indício.

A rapaziada é a alma do negócio. A pelegada é o segredo.

A rapaziada é novidade. A pelegada é o mesmo.

A rapaziada é anormalidade. A pelegada é vida normal.

A rapaziada é impessoal. A pelegada é departamento de pessoal.

A rapaziada é decifra-me. A pelegada é devoro-te.

sábado, 6 de julho de 2013

Estou projetando reunir figuras da República num imenso almanaque de suspense e terror

bunkernerd.com.br

Adoro os personagens de WaltDisney desde que aprendi a “ler de carreirinha”. E ainda hoje, tendo já transposto o Cabo da Boa-Esperança há tempos, ainda divirto-me com eles.

Especialmente quando inventam nomes de figuras coadjuvantes, como por exemplo uma atriz idolatrada pelo Pato Donald - a Rebeca Nina; de um repórter de “A Patada”, Heleno Tícia; do banqueiro Emilio Nário; da firma de produtos capilares A.K.Alvície, etc.

Estas derivações sufixais são mesmo deliciosas nos deliciosos quadrinhos.

Ligando coisa com outra coisa, vê-se que a política brasileira é um imenso Almanaque Disney, com a diferença de os quadrinhos serem pervertidos e nada edificantes. É brincadeira bastante trágica!

Pato Donald, Madame Min, Maga Patalógica, Tio Patinhas, Pateta, Peninha e centenas de outros personagens nos proporcionam risos saudáveis, mas Dil Má, Aloisio Merca Dejante, Gilberto Carva Lhufas, Henrique Cido Alves, e vários outros, só o que nos propiciam é aquele riso mórbido, que a gente opera para não chorar.

A coroa de Dil Má foi-lhe outorgada por Luis Inácio Lula Bioso da Silva Cilão. No reino da fantasia existem figuras outras de meter medo no Tinhoso: José Sarney Henry Kecido, Renan Calheiros de Eiras e Beiras, Fernando Collor Deza, Paulo Maluf Anista, Fernando Haddad Vá dos Anjos K. Idox, Michel Temer Broso, Ideli Saltati Bitati, Aécio Neves Tal, Guido Mantega de Retida, Martha Supli Ciática, José Eduardo Cardozo Ando, Garibaldo Alves Talino...

Penso em fazer um almanaque com essas figuras, e outras assemelhadas. O que acham de eu pedir ao Stephen King para cuidar do roteiro?

Coleção de charges sobre a brincadeira com os aviões da FAB. Essa gente nunca aprende nada e nunca esquece nada





Henrique e Renan não me representam
Aviões da alegria transportam  com nosso dinheiro políticos que  vivem alheios, em outro mundo 

Sugestão para um plebiscito simples e objetivo: os presidentes da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), devem renunciar? Sim ou não? Henrique e Renan agora querem ouvir a voz das ruas, embora tenham sido eleitos em voto secreto por seus companheiros. Que tal perguntar ao povo se Renan & Henrique têm estofo ético para presidir o Legislativo e conduzir a moralização?

Os dois usaram jatos da FAB para lazer pessoal e da família em fins de semana. Henrique foi de Natal ao Rio de Janeiro com filho, noiva, cunhado, concunhada e enteados para assistir à final Brasil x Espanha no Maracanã. Quanta generosidade com a verba alheia. Num Brasil já conflagrado por protestos, Renan foi com a mulher, no dia 15 de junho, de Maceió a Trancoso, na Bahia, para o casamento da filha do amigo Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado.

São os aviões da alegria, transportando com nosso dinheiro políticos profissionais que vivem em outro mundo, dissociados da realidade, divorciados da moralidade, alheios ao anseio popular. A casta superior do País Partido.

E as desculpas? Henrique tinha um “encontro oficial” na casa do prefeito do Rio, Eduardo Paes, no sábado, véspera da final da Copa das Confederações: “Não era turismo”. Renan disse que o casamento na Bahia foi um “compromisso de representação”. “Sou um presidente de Poder”, disse Renan, “na lei não há nada que diga que só posso usar avião da FAB a serviço.”

Seu padrinho e mentor se chama José Sarney. Em agosto de 2011, Roseana Sarney cedeu um helicóptero da PM para levar o pai a sua ilha particular de Curupu. Ministros do STF desaprovaram como “desvio de finalidade” o uso pessoal de aeronave destinada à segurança e à saúde do povo. Lembremos a resposta de Sarney: “Tenho direito a transporte de representação, e não somente a serviço. É chefe de Poder”. Renan só deu um “copia e cola”.

Um decreto presidencial de 2002 restringe o uso a “segurança e emergência médica; viagens a serviço; e deslocamentos para o local de residência permanente”. Henrique pediu desculpas pelo “equívoco” de ter dado carona. Prometeu devolver R$ 9.700 aos cofres públicos. O jornal Folha de S.Paulo fez cotação com as empresas TAM e Líder Aviação, que fazem frete particular. Nas mesmas datas, trechos e passageiros, o valor mais baixo foi de R$ 158 mil. Renan achou – e continua achando – que pode usar aviões da FAB para ir a casamento na Bahia. Só depois do barulho e da pressão, ele disse que devolveria R$ 32 mil aos cofres públicos.

Em 2004, o filho do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Luís Cláudio Lula da Silva, usou um avião da FAB para uma excursão de amigos ao Palácio da Alvorada. No governo Fernando Henrique Cardoso, seis ministros usaram a FAB para ir com as famílias a Fernando de Noronha e foram condenados a ressarcir os gastos.

Deveríamos encher um Boeing com esses políticos profissionais e mandá-los a uma reeducação intensiva. Um reformatório da vida real, onde pegassem ônibus e trem, usassem o SUS, matriculassem filhos na escola pública.

Não precisamos desmoralizar os políticos. Eles desmoralizam a si próprios em golpes contra a cidadania. Alguém lembra o escândalo dos cartões corporativos em 2008 ? A ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, foi demitida por gastar R$ 175 mil só com aluguel de carros. O ministro do Esporte, Orlando Silva, usou cartão corporativo, com brasão da República, para levar a família a um hotel de luxo em Copacabana... e até para comprar uma tapioca recheada de queijo coalho e manteiga da terra.

E os gastos de Rosemary Noronha com cartão corporativo? O jornal O Globo pede há seis meses acesso ao extrato da ex-servidora e secretária de Lula em São Paulo. A Presidência da República não vai liberar. Os gastos foram classificados como “reservados”.

Esta é a verdadeira reforma política: a reforma da cabeça de quem habita o Palácio do Planalto e o Congresso. A maioria tem ensino superior, mas não aprendeu o bê-á-bá: distinguir o público do privado.

Só um país da carochinha admite que Henrique e Renan elaborem sugestões para um plebiscito. Em janeiro, ÉPOCA revelou que, de acordo com a Polícia Federal, o empreiteiro da construtora Gautama pagou propina a assessores de Renan e Henrique por um contrato de R$ 77 milhões para construir uma barragem em Alagoas. Uma obra que recebeu R$ 30 milhões e parou. Renan amargou neste ano um repúdio inédito: 1,5 milhão de assinaturas de brasileiros exigiram sua saída da presidência do Senado.

Não é pelos 20 centavos, nem pela tapioca, nem pelos jatos da FAB. É pela transparência e decência. Não, Renan e Henrique, os senhores não me representam. Precisa explicar ou tem de desenhar?