sexta-feira, 31 de maio de 2013

Há algo em comum entre o julgamento do Mensalão e o do assassinato da menina Isabella Nardoni

Este ano a garotinha Isabella Nardoni celebraria seu 11º aniversário, não tivesse cruzado em seu caminho, em 2008,  dois estupores adultos: o próprio pai e a madrasta.

Por coincidência, neste 2013 será apresentado o último capítulo da "novela" Mensalão. Aguarda-se ansiosamente que os roteiristas escrevam uma moral da história edificante, punindo os vilões da trama que desenrola-se desde 2005.

Refiro-me a ambos os casos porque encontro neles algo em comum: dois dos mais conceituados advogados, Marcio Thomaz Bastos e Roberto Podval, emitem discursos favoráveis, ao meu ver, aos acusados (Bastos, inclusive, advoga no caso para um deles, e Podval sustenta a tese de que o julgamento foi célere, influenciado pelo clamor popular).

No caso da Isabella, os papeis eram invertidos, onde Podval foi  advogado dos assassinos, e Bastos o que criticou aquilo que, a seu ver, teria sido julgamento influenciado pelo..., clamor popular

Chegou mesmo a afirmar: "É um exemplo típico de um julgamento que não houve. Foi um justiçamento". 

Ora, amável leitor, graciosa leitora. O casal que matou Isabela teve direito a tudo: exames técnicos, laudos, perícias, a mais ampla gama de recursos.


Adiaram o julgamento ao máximo, sempre atendido nos  recursos jurídicos talentosamente pescados no Código Penal pelo caríssimo advogado Podval, para rimar e ficar legal. 


E os sete do Tribunal do Júri que condenaram o casal em 2010 foram injustos, apenando não pelo dito da consciência, mas pelo clamor popular?

No Mensalão, também o STF cometerá a injustiça de condenar anjos e arcanjos apenas pelo clamor popular? 

Ora, ora, ora, diria o velho Teotônio Vilela.

Sem medo de ser feliz, fico com os verdugos dos mensaleiros e do casal Nardoni, ministro Joaquim Barbosa (e seus pares de igual convicção) e o promotor Francisco Cembranelli, respectivamente.


A este último, dediquei-lhe um texto em 2010, logo após ter conseguido, brilhantemente, a sentença que lavou a alma dos brasileiros, mais de 100 milhões de pais e mães de Isabella.

Ei-lo:

O anjo da guarda de Isabella
- Já vi de tudo nesta vida -, costumamos dizer quando nos deparamos com casos escabrosos. Afirma isso com mais regularidade quem está, segundo João Ubaldo Ribeiro, “velhinho em folha”. 

Mas a ilusória sensação de ter visto de tudo nesta vida não foi capaz de neutralizar meu (nosso) assombro pelo assassinato com requintes de crueldade da garotinha Isabella Nardoni, tenra e vulnerável como um brotinho de rosa nos seus 5 anos de idade.

Mesmo os animais irracionais protegem as crias, velam por elas, defendem-nas dos perigos. 

Daí não constituir exagero afirmar que o pai da menina, um crápula brutal, capaz de cometer a infâmia contra todos os quesitos da civilidade, não é um animal, nem dos da classe irracional. É a personificação da besta!

Ele renunciou à bênção suprema de desfrutar do crescimento da filha, de se divertir com suas peraltices e descobertas, de amá-la, respeitá-la, orientá-la, ampará-la, defendê-la, e se preciso fosse, de morrer por ela. 

Em vez disso, matou-a!

Depois desse crime hediondo cometido contra todos os pais e mães que adotaram Isabella em seus corações, deixando perplexas nossa credulidade, nossa natural aptidão de nos enternecermos perante a inocência, a noção de solidariedade e clemência ao menos com o sangue do nosso sangue, não mais asseguro que já vi tudo; - ainda não vi nada -, direi.

Por outro lado, vi a enorme grandeza de espírito e estatura profissional, muito amor pela causa e renúncia em favor da Justiça (o bálsamo que ansiamos de maneira fremente neste país), características marcantes na pessoa do promotor Francisco Cembranelli, um homem invulgar que ajuda a fortalecer a crença na humanidade, não obstante o mal insidioso que nos cerca diuturnamente. 

Mais que o promotor comprometido até à medula com as leis, valendo-se delas para extrair a seiva da ética e da elevação moral, o Dr. Cembranelli é o símbolo da esperança, o oásis de luz nas trevas da injustiça. 

Com determinação, competência e desassombro, delimitou o espaço em que ficarão severamente guardadas a fera e sua cúmplice.

Triste do país que precisa de heróis, já dizia o poeta e dramaturgo alemão Bertold Brecht. E o Brasil precisa, o que é profundamente lamentável. 

Menos mal que os gera aqui e acolá, como o mais recente a figurar nesse rol. O Dr. Francisco Cembranelli, anjo da guarda de Isabella, é um deles, pelo qual passei a nutrir um sentimento de profundo respeito, grande admiração. 

Por conta dele e dos coadjuvantes da Polícia e da Justiça, finalmente a criança foi justiçada.

Obrigado, doutor! Agora, sim, descanse em paz, querida Isabella.

Autor: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Mais um taxista assassinado em Bom Jesus. Categoria deve se unir em prol de ações que aumentem a segurança


Lembro-me de que, em março de 2004, o taxista bom-jesuense-do-norte, Valdir Pereira de Araújo, então com 70 anos de idade, foi morto num assalto,nas proximidades de Guaçuí.

Exatamente um ano depois, em março de 2005, o taxistaSidney Lacerda Silva, na época com 27 anos, também de Bom Jesus do Norte, teve melhor sorte: assustado pelo anúncio do assalto, perdeu a direção do seu carro, vindo a colidir com outro. Na confusão os bandidos fugiram, e os motoristas nada sofreram.

Lembro-me ainda, embora não saiba precisar a data (uns três ou quatro anos atrás), de outra vítima: Leandro Antônio Ferreira, tambémtaxista de Bom Jesus do Norte, conduzia doiselementos na faixa de 22 anos paraApiacá, mas na descida de Iurú eles pediram para o taxista parar porque queriam urinar.

Desconfiado, Leandro também foi urinar, mas no lado contrário da pista, e quando voltou eles sacaram um revólver e anunciaram o assalto. Colocaram-no no porta-malas e rodaram bastante, presumivelmente para utilizar o veículo em atividades criminosas. E felizmente, pouparam a vida da vítima.

Agora (19/5/13)foi José Wilson Calvário Pereira, 62, taxista que fazia ponto na rodoviária de Bom Jesus do Itabapoana, morto por asfixia por três homens que o escolheram ao acaso, para praticarem o crime de latrocínio (assalto seguido de morte).

A profissão de taxista sempre foi uma das mais perigosas nos grandes centros urbanos, mas a violência vai também se insinuando no interior.

No caso dos taxistas, desconfiar sempre parece ser o X da questão. 

Como ninguém traz uma estrela na testa, e uma blindagem que separe o motorista dos passageiros é um sonho distante, o ideal seria que os profissionais se unissem para definir normas e regras de comportamento comum a todos.

Como sugestão, por que não fazer uma parceria com a polícia, de modo a revistar todos os passageiros desconhecidos, que tomam os táxis à noite, principalmente em direção a locais fora do perímetro da sua cidade?

Eis uma sugestão, de outras que certamente a polícia pode expor, para a categoria praticar em defesa da própria vida. 

Autor: José Henrique Vaillant

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Interpretando a charge 9 - Papiro teria indicado que Jesus Cristo foi um homem casado


Embora respeite os princípios, os dogmas da Igreja Católica, sou contra o celibato dos religiosos. 

Se tiver de me aprofundar na doutrina, nos conceitos que a Igreja tem para defender este comportamento radical e milenar, poderei ser ridicularizado porque não possuo capacidade para tanto.

Valho-me apenas da lógica, da racionalidade: se o padre é um ser humano, por que negar-lhe de exercer instinto tão humano como o da relação sexual? 

Principalmente se tal relação esteja em consonância com a ética, com os costumes preconizados, afiançados, atestados pela própria Igreja, na instituição do casamento, que mal haverá?

Eu até escrevi um texto a respeito (aqui), na ocasião em que, aqui mesmo, em Bom Jesus, um padre teria caído na tentação da carne. E principalmente após vir à tona os escândalos de pedofilia na Igreja, o celibato tornou ao cenário da polêmica.

Até mesmo Jesus Cristo, segundo Karen L. King, historiadora da Universidade de Harvard, teria sido casado, fato que, segundo ela, comprova-se por um papiro do século IV. 

Foi o que bastou para o talentoso e criativo cartunista Nani fazer a charge engraçada.

Autor: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant

terça-feira, 28 de maio de 2013

A gente não tem hospital, mas que importa? Temos bolsa família...

Vendo as imagens das filas quilométricas que se formaram nas agências
da CEF quando do boato da extinção do Bolsa Família, deu para perceber
que nem todos necessitam do benefício, que deveria contemplar apenas
as pessoas circunscritas em contextos semelhantes ao desta
ilustração, copiada de guebala.blogspot.com 
A Caixa Econômica Federal, todos sabem, liberou antecipadamente o pagamento do bolsa família de junho. 

Mas não avisou ninguém, daí a boataria de que o dinheiro extra seria uma compensação pela suposta extinção do programa.

As consequências, todos viram, foram filas quilométricas nas agências do banco, felizmente não descambando para intercorrências trágicas.

Não vou tecer considerações sobre o episódio em si - mais uma lambança do governo "dus cumpanhêro" -, mas sobre a imagem sem retoques propiciada, de a quantas anda o assistencialismo desenfreado, vale umas palavrinhas.

Ontem fui a Itaperuna. Entre outras coisas, entrei numa farmácia para comprar goma de nicotina, e conversando com o atendente, que disse conhecer pouco Bom Jesus, ele perguntou sobre "os hospitais daqui".

Num primeiro momento pensei que estava de sacanagem, mas depois entendi que não. Ele realmente tinha ouvido falar, em priscas eras que bem longe vão, de que Bom Jesus possuía três hospitais relativamente bem equipados. 

- Um deles nada ficava a dever ao seu São José do Avaí. Até mesmo gente de Itaperuna ia tratar-se no São Vicente de Paulo, já ouviu esse nome?, perguntei.

- Claro, claro, afirmou. E como está atualmente?

- Só restou meio.

- Como?

- Isso que você ouviu. Dos três que tínhamos, dois acabaram nos ignotos desígnios da fatalidade, e o São Vicente está vai, não vai. 

- Aí fica difícil, não é?

- Difícil? Trágico, você quer dizer...

Depois, já em casa, vendo as imagens e alguns vídeos das multidões desesperadas nos caixas eletrônicos, liguei uma coisa a outra. Não há hospitais, mas um dinheirinho no bolso relativiza isso.

Uma mulher reclamava que os R$ 134 que recebe mensalmente há oito anos são poucos. "Não dá pra comprar uma calça jeans para minha filha!"

Outra: "Fui depositar dinheiro na poupança do meu esposo, aproveitei e fui sacar o bolsa família. Aí, saíram os dois meses!"

O país está cevando uma verdadeira multidão de dependentes do assistencialismo que, claro, rende votos. 

Uma pobre que alimenta 10 filhos no semiárido nordestino, certamente precisa da assistência. Para comer e dar de comer, não para comprar calça jeans, não para possibilitar sobras para guardar na poupança!

Por onde anda o discurso da "porta de saída"? Onde estão as reduções paulatinas da necessidade assistencial? Por onde anda o tal caniço, sobretudo que fim levou a promessa de que ensinariam o povo a "pescar"?

Ao contrário, cada vez mais e mais brasileiros tornam-se dependentes do Estado. Até para comprar calça jeans. Enquanto isso, fecham-se hospitais.

Péssimo negócio! 

Autor: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Interpretando a charge 8 - Oh!, cupido, vê se deixa em paz


Fernando Pessoa dizia: "O poeta é um fingidor./  Finge tão completamente,/  que chega a fingir que é dor,/  
a dor que deveras sente/.

Eu costumo fazer alguns arranjos de palavras rimadas. Produção caseira, para subsistência; uns bons, outros ruins, manda dizer a autocrítica. Mas daí a me considerar um poeta, na plena acepção da palavra, a distância é grande.

Mesmo assim também tenho cá meus fingimentos. E quem não os tem? 

Fiz um soneto intitulado Achar-te-ei, um lamento condoreiro sobre a busca utópica do amor. Uma leitora gostou tanto que me enviou um e-mail incentivando-me a continuar a busca (do amor), sem atentar que eventualmente, ao menos, a fantasia pode dissociar-se da realidade, mormente nas produções literárias. 

O que seria de Vladimir Nabokov, por exemplo, se entendessem que ele gostava de meninas de 12 anos, tal como o seu personagem Humbert Humbert, magistralmente concebido no best-seller Lolita?

O porquê destes considerandos é a propósito de cupido, também conhecido como Amor. Era o deus equivalente em Roma ao deus grego Eros. 

Filho de Vênus e de Marte, (o deus da guerra), andava sempre com seu arco, pronto para disparar sobre o coração de homens e deuses. Teve um romance muito famoso com a princesa Psiquê, a deusa da alma. 

O chargista Nani imaginou como seria cupido na Terceira Idade, banguela e já meio cegueta, sem pontaria. A flecha que deveria cravar-se no coração da moça, despertando nela o amor pelo "reclamante", atinge tudo, menos o alvo fundamental!

Já minha doce leitora me imagina, aos 59 anos de idade, serelepe, aos berros quiméricos, reclamando mentalmente a falta de pontaria de cupido! 

Não carece reclamar, solidária leitora. Meu cupido não pode mais flechar ninguém simplesmente porque já mandei-o estudar a geologia dos campos-santos, he, he, he. 

Autor: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant

domingo, 26 de maio de 2013

Namoradeiras

Olha a cadela Princesa na área de novo, desta vez tentando arranjar um namorado! Ah!, o animal é de verdade, ok?

Descoberto um socialista autêntico. Convoquem-se cientistas políticos, sociólogos, antropólogos; o fenômeno é raro!


Um velho atarracado, cabelos brancos, bigode espesso, sobrancelhas hirsutas, barriga saliente, estava num brechó no centro de Montevidéu, capital do Uruguai, dia destes, manuseando umas camisas usadas para comprar.

No outro lado da loja um homem de cerca de 50 o olhava atentamente. O homem já vinha observando-o há tempos, pois notava alguma coisa diferente nele, não entendia o quê, propriamente, coisa meio surreal, um tanto mística.

Desde aquele dia na feira, onde o velho comprara três ovos e 250 gramas de bife (- adoro bife a cavalo -, comentou com o feirante), percebia que muito embora as vestes rotas, perigosamente rondando a fronteira da maltrapilha, cabelos em desalinho, um surrado par de tênis Adidas “paraguaio” com calcanhares perpendiculares, aquele cidadão, positivamente, era possuidor de algo que o distinguia, que o isentava da banalidade.

Intrigado, tinha a sensação de já tê-lo visto na TV, e esta sensação se fez mais nítida quando, numa outra oportunidade em que o seguia, viu e ouviu o velho ponderar com o atendente, no balcão de penhores:

- Só isso, meu filho?
- Seu anel é folheado, senhor.
- É porque nunca me ufano do brilho dos objetos, valorizo apenas seu ofício...

O homem, que já estava obcecado em decifrar o velho, seguiu-o quando este saiu do estabelecimento de crédito. Quanto ele entrou no ônibus, até pensou desistir de ir também, pois o coletivo estava lotado demais. Mas a curiosidade de saber onde aquela figura morava falou mais alto.

Chegando num subúrbio bem remoto, desceram. Começaram a andar, o velho na frente, ele atrás, discretamente, guardando certa distância.

Seguiram por uma ruela de terra batida, ladeada de casebres. Após uns 10 minutos de caminhar, o velho entrou numa casinha humilde, cujas paredes já nem se lembram dos dias de glória com a cal.

O homem ficou à distância uns 15 minutos mais. Depois, pretextando sede, pediu água. Recebeu permissão para entrar, transpôs o portão de madeira e fechou-o com a taramela, aguardando numa varandinha de piso de cimento liso, todo esboroado.

Quando o velho voltou com uma moringa de barro e um copo vazio de massa de tomate, o homem olhou mais atentamente o interior da moradia e viu que não havia geladeira.

- De moringa é melhor, não é? Dá aquele gostinho de antigamente..., disse o homem, a fim de entabular um papo.

- É. Geladeira, além de cara, consome energia elétrica.

- Ainda mais nestes tempos bicudos, não é?, redarguiu o homem.

- Pense, rapaz, como seria melhor o mundo sem geladeiras. Só consumiríamos produtos frescos, e a camada de ozônio não estaria tão esburacada quanto esta calçada...

- Olhando por este ângulo...

Depois de uma boa hora de papo, o homem percebeu que falava com um sujeito bem articulado, inteligente, culto, perspicaz. E justamente por ser assim, no entender do homem, o velho não precisava viver uma pobreza franciscana. Daí tomou coragem e indagou:

- O que o Sr. pensa da pobreza?

O velho baixou os olhos para si próprio por um instante, e calmamente levantou a cabeça para cravá-los novamente nos do seu interlocutor:

- Pobres são aqueles que precisam de muito para viver! Eu só preciso de 10% do que ganho...
- Como?
- Eu disse que só preciso de 10% do que ganho. O resto eu dou para instituições de caridade.

O homem já sabia que o velho era ateu. Já sabia da vida contemplativa que levava, sem luxos, com poucos bens materiais, um asceta, em suma.

- Espécime raro de socialista autêntico, pensou o homem. Então, disparou a pergunta cuja resposta o deixou lívido, inteiramente desconcertado:

- Em que trabalha o Sr.?

- José Mujica, muito prazer. Sou o presidente da República, meu filho!

Em tempo: se o amável leitor e a graciosa leitora interpretaram este texto como ficção, acertaram. Mas não seria de todo inverossímil, se real fosse (vejam por quê).

sábado, 25 de maio de 2013

Interpretando a charge 7 - Taras sexuais


Para mim um dos mais notáveis cartunistas brasileiros, desde à época em que me divertia a valer com suas tiradas hilárias sobre futebol (idos de 1970/1980), Nani imaginou, nesta charge, em enunciado de duplo sentido, que é sortudo o necrófilo que vai entrar numa "podre", já que necrofilia é a perversão do indivíduo que viola cadáveres com objetivo sexual.

Seres humanos possuem as mais diversas e mirabolantes taras. O voyeurismo, uma desordem que consiste em observar às escondidas as pessoas se despindo ou praticando atos sexuais, é uma das mais comuns. 

Também o sadomasoquismo, uma combinação de sadismo (só se realiza se infligir humilhação ou sofrimento físico no parceiro) e masoquismo (o inverso; só se realiza submetendo-se à humilhação ou ao sofrimento) é bem comum também.

Mas a relação de desvios é extensa. Eis mais alguns:

Dendrofilia: Atração sexual por árvores, legumes, frutas, etc. 
Pedofilia: Atração sexual de adultos por crianças. 
Fetichismo: Perversão que consiste em exteriorizar o desejo não em relação a uma pessoa, mas a uma parte dela ou a um objeto de seu uso. 
Froteurismo: Impulso irrefreável de se encostar em mulheres ou de afagá-las eroticamente em lugares públicos. 
Exibicionismo: Exibir de órgãos genitais a outras pessoas. 
Hipoxifilia: o hipoxifílico sente atração por teor reduzido de oxigênio. Utiliza normalmente sacos plásticos amarrados na cabeça.  
Coprofilia: Pessoa que se realiza sexualmente sentindo cheiros da flatulência do parceiro ou contato com  fezes. 
Urofilia: Um variante da coprofilia, os parceiros excitam-se urinando no outro ou recebendo urina.
Zoofilia ou bestialismo: Sexo feito com animais.
Emetofilia: Estimulação sexual ao vomitar em alguém ou receber, em si, o vômito.
Clismafilia: Excitação provocada na pessoa que introduz líquido no reto - enema.


Agora vejam a charge ao lado, do cartunista estrangeiro Dan Collins, engraçadíssima, onde o fazendeiro trata de suas galinhas, também parceiras sexuais. 

Observem o tamanho e a circunferência da jeba do cara e os rombos que faz nas penosas!

Agora, um fato nada engraçado é que esta charge serviu como ilustração para trabalho escolar de crianças paranaenses com idade média de... 6 (seis) anos! (aqui).

Foi um erro, claro, não se pode imaginar uma mente tão doentia a ponto de submeter crianças em tenra idade a essa coisa escatológica. Por outro lado, mostra-nos a quantas anda o ensino público, tão ruim que fica à mercê de equívocos grotescos como esse!

Autor: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant

Sua máxima culpa. O que você fez hoje em favor de sua cidade e contra os maus políticos, além de reclamar?


Os problemas que atormentam as populações das cidades brasileiras poderiam ser menores não fosse a maneira tímida dessas populações fazerem valer seus direitos. Acostumamo-nos a reclamar muito e agir pouco.

Em outros países cujo povo é menos acomodado, mais exigente, os problemas tendem a ser resolvidos com rapidez, as coisas andam mais céleres porque as populações as empurram com ações cidadãs que transcendem os meros queixumes conformistas.

Os políticos se adaptaram aos reclamos sem os devidos complementos da cobrança implacável, sistemática. Criticamo-los mas eles estão pouco se lixando porque sabem que amanhã esquecemos.

Para boa parte deles, a péssima Saúde, a degradada Educação, as cidades mal conservadas, com ruas sujas e esburacadas não os atingem. 

A nossa carência é o seu fausto; nossas dificuldades, suas facilidades; nossos impostos, suas mordomias, e por mais incrível que pareça, tudo de ruim somado se transforma em votos nas urnas.

Afinal, o que seria dos políticos não fossem as crônicas privações da sociedade, material inesgotável para suas propagandas mentirosas e demagogia barata? É como uma bola de neve; quanto mais demandas, mais votos obtidos com promessas.

Por que eles mudariam esse modo de ser? Para que fornecer Educação de boa qualidade, se com ela viria o esclarecimento, e com este, melhor preparo intelectual em benefício da percepção mais aguda de suas falácias, de seus engodos?

Por que razão as pessoas seriam bem atendidas no quesito Saúde, para mais adiante comprometerem as promessas milagrosas de hospitais e centros de excelência semelhantes aos melhores do mundo?

Para que teriam casas decentes, atendimento social adequado, segurança, esportes, lazer?

Tomemos como exemplo as cidades aqui do ABC Capixaba. Entram gestores, saem gestores, e o cenário pouco muda. Nada sobre nada vezes nada difere. 

Quando se contempla um benefício, por mais esfuziante que seja, ele chegou anos-luz do ponto zero das necessidades, isto é, estão sempre defasadas em tudo.



Criatividade, audácia, arrojo são coisas que não se vê por aqui. Tudo é tão monótono, tão enfadonho, tão igual! Parece que a microrregião foi excluída  do processo da evolução natural das espécies políticas.

Por outro lado, os políticos são seres integrantes de uma coletividade. E como tal não é justo que se debite todos os infortúnios exclusivamente a eles. Eles não são nós? Não foram gerados pelo gigantesco ventre metafórico da sociedade?

Não podemos lamentar se esse ou aquele, essa ou aquela, esteja mais centrado/a nos seus próprios interesses, às benesses que o poder outorga a si e aos seus. Seria diferente se fôssemos nós os beneficiados pelas urnas?, cabe a pergunta desconcertante, o álibi perfeito deles.

É necessária mudança de postura. Dentro dos limites da Lei, tem de haver barulho, movimentos de protestos, atitudes em defesa da cidadania, com fôlego para espraiar-se além fronteiras.

Um posto de saúde abandonado mesmo antes de ser utilizado? Protestem-se ruidosamente, batam-se latas e soprem-se apitos até que um construtor apareça no local;

Um mau atendimento? Retumbem-se coletivamente a indignação;

Um buraco na rua? Coloquem-se nele placa de "comemoração de aniversário", que é um rabo de papel simbólico nos traseiros dos responsáveis;

Uma promessa não cumprida? Encham-se-lhes a paciência com a palavra de ordem “mentiroso/a”.

Um remédio básico que falta? Protestem-se veementemente nas proximidades dos locais de distribuição, ou melhor, de não-distribuição.

E assim por diante.

E quando futuramente couber um cargo público a um não-político hoje, procurar estabelecer coerência e não ser como macarrão (duro só quando fora da panela), intuir que ali está uma dádiva dos céus para que se torne mais trabalhador, mais comprometido com sua terra, mais honesto e mais ético.

Autor: José Henrique Vaillant

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Interpretando a charge 6. Joaquim Barbosa fala verdades e aborrece os mentirosos


Querem a prova de que o presidente do Supremo Tribunal Federal - STF fala verdades? A indignação que desperta no meio político. 

Sua excelência, exemplo admirável de superação das incríveis dificuldades, oriundo de berço humilde, que  venceu na vida exclusivamente pelo estudo, pela inteligência, pelo mérito, enfim, é claro que desperta a ira dos que se locupletam no poder público, dos que viram miliardários tendo como único talento o dom de iludir, de dissimular, de enganar a plebe rude.

A caricatura do Jeremias mostra o nobre jurisconsulto e seu martelinho que, espera-se, causará dores lancinantes em mensaleiros, em transportadores de dólares no interior sórdido de cuecas, nos finórios ladravazes que fazem da vida pública um portentoso balcão de negócios, nos que querem transformar os exemplares da  Constituição Federal em papel higiênico, nos relutantes em aceitar que, em vez dos gabinetes suntuosos da Ilha da Fantasia, lugar de ladrão é na cadeia!

O ministro disse, mais recentemente, que nossos partidos são de mentirinha, não há consistência ideológica e programática, segundo ele, até mesmo por falta de interesse dos próprios dirigentes. "Querem o poder pelo poder", disparou.

Ah, pra quê! As hienas fizeram um barulho ensurdecedor. E como a pessoa que tem cecê, mau hálito, chulé não percebe a própria catinga que emana de si mesma, as hienas, bichos vorazes e carniceiros, não sentem o fedor da putrefação que exala de sua natureza necrófaga.

Mas pelo menos as hienas irracionais são o que são, não escondem sua natureza predatória, ao passo que as racionais se encafurnam na empáfia, na demagogia, fingindo seriedade, lhaneza, retilineidade de monges franciscanos, que não enganam mais nem a um guri de jardim de infância!

Os políticos componentes da nobre ala das exceções, que felizmente existem e mantêm ligado o fio de esperança,  deveriam solidarizar-se com o ministro e virem a público para dizerem, em alto e bom som: ele está certo; temos de mudar urgentemente essa balbúrdia em que se transformou o sistema político brasileiro. 

Basta de hipocrisia, senhores!

Autor: José Henrique Vaillant

Momento cute-cute. Já ouviram a expressão "brigam igual cachorro com gato"? Estes aqui reviram os conceitos!

Tal como a Princesa, uma cadela vira-latas do meu irmão Tadeu, e um gato da minha ex-mulher Ana Lúcia.

Os sem-vergonha brincavam tanto que o meu filho Júnior resolveu fazer um vídeo. Aqui, no Youtube. 

A foto aí em cima, que me lembra a Princesa e seu amigo felino, eu pesquei na Internet. Também vale uma associação de ideia: Obama e Kim Jong-un, eh, eh, eh. 

Autor: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant

Temos de perseverar na luta pela Cultura, líquido medular da cidadania

O educador e intelectual calçadense Edson Lobo parabenizou-me certa feita por entender que contribuo pela Cultura.

Eu lhe respondi "temos de perseverar", pensando nos obstáculos que a dita-cuja enfrenta para fincar raízes mais profundas na incrível superficialidade comportamental de então.

A Cultura, definida como tudo o que resulta da criação humana passa por sérios reveses. Se por exemplo o Big Brother da TV Globo é resultante da criação humana, então pode-se afirmar que Big Brother é Cultura. Logo, Cultura também é o ridículo, o baixo nível, a apelação, o egocentrismo, a fogueira das vaidades.

A obtusidade no Brasil atual alcançou nível inacreditável. A instantaneidade da informação, em vezde melhorar o nível cultural parece estar promovendo efeito inverso. Com a Internet, ninguém precisa "saber nada", basta saber procurar. Apertam-se algumas teclinhas..., e pronto: já estou culto.

O ensino superior no Brasil, de uma maneira geral, está “supletivizado”, “mobralizado”, “projetominervalizado”, isto é, exercido perfunctoriamente, de modo ligeiro, superficial. 

Nunca, jamais, em tempo algum o diploma foi tão banalizado, a obtusidade tão diplomada, a ignorância tão “com olhos de cigana oblíqua e dissimulada” como a Capitu, de Machado de Assis.

Há muito venho recebendo reprimendas de alguns leitores, censuras ao “vocabulário elaborado”, como um que colocou nestes termos, educadamente, para não ir direto ao ponto, deselegantemente, de que quero parecer erudito, o que definitivamente não sou.



Uma comerciante bom-jesuense-do-norte, dia destes, me falou baixinho, quase sussurrando, cheia de dedos, que temia dizer – ejá dizendo, que escrevo coisas interessantes mas uso algumas palavras difíceis... Tinha receio de que eu, em represália, parasse de entrar em seu estabelecimento!


Receio infundado, atépor sua simpatia e qualidade dos produtos que comercializa. Um pouco chateado, sim, fiquei,não pela repreensão, mas pelo nível cultural que ela revela, sendo eu não mais que mediano em Português (honestamente, sem falsa modéstia).

Acontece que os textos jornalísticos não podem reproduzir integralmente a linguagem falada, até porque o papel – mais as telas, hoje em dia -, não reproduzem os trejeitos e demais expressões corporais que potencializam ou suavizam a mensagem oral.

Além disso, como se aprende em qualquer curso de Comunicação no primeiro dia de aula, tudo o que se deseja expressar tem um vocábulo adequado. Se quero escrever “ele é uma pessoa que só admite existir no mundo princípios antagônicos e irredutíveis, só o bem e o mal”, digo que ele é maniqueísta, economizando aí umas 20 palavras, uns 80 caracteres.

- Maniqueísta???!!!, escandalizar-se-ão meus censores. - Este cara quer dar uma de sabichão, de intelectual, o povão não entende tal palavra -, diriam os que profetizam um Aurélio 99% mais magro, um Caldas Aulete com corpinho de faquir, um Michaelis anoréxico!

São desejos duplamente injustos. Diria até, perversos: 1) os mais instruídos terão de descer ao nível dos menos; 2) desmotiva-se, desestimula-se a luta pelo progresso cultural, que é o passaporte da cidadania. Qualquer semelhança com o Brasil político atual..., não é mera coincidência!

Felizmente ninguém até hoje se queixou de não ter entendido perfeitamente o teor de meus textos. Melhor: os que confessamadmirar minhas mal-traçadas são em número bem maior dos que querem mutilar, humilhar, reduzir à míngua o idioma.

Semelhante ao Russo de Vladimir Nabokov, nosso belíssimo Português propicia-nos mais provisão de acessórios,"o espelho de truques, o pano de fundo de veludo preto, as tradições e associações implícitas — de que o ilusionista local, com as abas do fraque a voar, pode valer-se magicamente a fim de transcender tudo o que lhe chega como herança".

Temos de perseverar!

Autor: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Soneto 24, do conjunto NÓS

Que bons tempos aqueles em que eu via
desenrolar-se o encantador enredo
do romance fatal, que resumia
dos meus segredos o maior segredo!

Na nossa alcova tépida e sombria,
quanto soluço entrecortado a medo!
Como a noite era curta! Como o dia
timidamente despontava cedo!

Quanto indiscreto olhar nos cobiçava!
E quanta gente ouvi que murmurava:
"Que felizes que são aqueles dois!"

Quando eu te visitava, à minha entrada,
era tão fácil de subir a escada!
E tão difícil de descer, depois!

Guilherme de Almeida

Recanto

Amável leitor, graciosa leitora. Estou com o meu chapéu também no Recanto das Letras.

Quando tiverem um tempo, depositem uma moedinha, digo, deem um clique aqui. Não conhecem aquele ditado "faça o bem sem olhar a quem"? 

Obrigado.


Interpretando a charge 5. Doenças que nos martirizam

H1N1 é a Influenza A (Gripe Suína), que está avançando e já tinha matado 55 pessoas em São Paulo, até ontem (21/5/13). H3N2 é uma variação, também de gripe, que vem ameaçando.

Já a PEC 33, se passar, será um golpe duríssimo na democracia, ou seja, uma doença em sentido figurado terrível para o Brasil e os brasileiros. O chargista JBosco imaginou assim os habitats onde surgem as doenças que afligem o povo.

Esta PEC (que deveria ser abreviatura de pecado), tem seu foco no Congresso Nacional.

O principal objetivo da PEC 33/2011 é restringir a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte Judiciária brasileira. A proposta pretende alterar a quantidade mínima de votos de membros do STF para declaração de inconstitucionalidade de leis; condiciona o efeito vinculante de súmulas aprovadas pelo Supremo à aprovação pelo Poder Legislativo e submete ao Congresso Nacional a decisão sobre a inconstitucionalidade de Emendas à Constituição. Um absurdo sem precedentes na nossa história.

Se você acha que o que emana do Congresso Nacional é coisa ruim, isso pode piorar, e muito! (entenda melhor aqui).

Autor: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant

Interpretando a charge 4 - Intolerância

O chargista Jarbas retrata o fato incrível de a intolerância ser usada contra a..., intolerância! 

Marco Feliciano, o deputado federal (PSC/SP) que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara foi alvo de uma saraivada de acusações de ser homofóbico (aversão aos gays).

O assunto ganhou todas e mais algumas manchetes, em todas e mais algumas mídias, em todos e mais alguns rincões do Brasil e até do exterior, por várias semanas.

Como pode presidir uma instância que está lá para defender os direitos humanos, cujas minorias são as mais desrespeitadas, se o deputado tanto desrespeita..., uma minoria!

Minha posição é clara: cada qual faz de seus furinhos, falinhos e falões o que bem entender. Não tenho nada com isso se duas mulheres resolvem unir as borboletas, ou se dois homens embainham mutuamente suas espadas.

E, claro, repudio toda e qualquer forma de intolerância, seja religiosa, de raça, de orientação sexual, de marca do xampu, etc. 

Isso quer dizer que repudio também os intolerantes como os do desenho. Foi só o rapaz começar a dizer que é a favor da felicidade para, à menção das duas primeiras sílabas, as pessoas se precipitarem nas catilinárias verbais julgando que ia referir-se ao deputado Feliciano!

Acaso ele não tem o direito de ser a favor do deputado? Estaria cometendo um crime?

Autor: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant

terça-feira, 21 de maio de 2013

Interpretando a charge 3 - Mal de Alzheimer

Esta charge do Nani, embora o próprio artista faça uma ressalva de que muitos podem não concordar (queremos nossos entes queridos distantes da dama da foice - a morte), aborda a terrível doença Mal de Alzheimer.

Trata-se de um mal neuro-degenerativo que provoca progressivamente o declínio das funções intelectuais, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social.

Mas é também uma doença cujos sintomas, sua gravidade e velocidade variam de pessoa para pessoa.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 25 milhões de pessoas sofrem do mal de Alzheimer. 

Essa é a primeira causa de demência nos países desenvolvidos, e os especialistas acham que se tornará a doença do século XXI, na frente da Aids, do câncer e das doenças cardiovasculares. 

O mal de Alzheimer é a principal causa de demência em idosos, leva à morte e atinge duas vezes mais as mulheres que homens. 

A neurologista Valéria Bahia, integrante da Sociedade Brasileira de Neurologia, explica que 0,2% das pessoas acima de 60 anos têm a doença. 

A partir dessa idade, a cada cinco anos, a incidência do mal de Alzheimer é dobrada.

Os sintomas mais comuns são:

 - perda de memória, confusão e desorientação
 - ansiedade, agitação, alucinação, desconfiança
 - alteração da personalidade e do senso crítico
 - dificuldades com as atividades da vida diária como alimentar-se e banhar-se
 - dificuldade em reconhecer familiares e amigos
 - dificuldade em tomar decisões
 - perder-se em ambientes conhecidos
 - inapetência, perda de peso, incontinência urinária e fecal
 - dificuldades com a fala e a comunicação
 - movimentos e fala repetitiva
 - distúrbios do sono
 - problemas com ações rotineiras
 - dependência progressiva
 - vagância.

O Jornal "O Globo" publicou uma matéria informando que cientistas descobriram uma droga promissora para a cura da doença. 

Pesquisa: José Henrique Vaillant
www.recantodasletras.com.br/autores/josevaillant