Ao amável leitor e à graciosa leitora, reitero que estou em fase de construção do blog, inicialmente fazendo uma espécie de arquivo virtual de alguns textos.
Como declarei no perfil, alguns deles ainda podem ter algo a dizer em circunstâncias atuais, mas a maioria só está aqui para constar, uma espécie de referencial para consulta.
Após esta fase, que já estou finalizando, vocês verão coisas atuais e interessantes.
Continuem a fazer um visitinha aqui sempre que possível. É muito bom recebê-los.
Abçs.
José Henrique
terça-feira, 30 de abril de 2013
Vendem-se buracos em Bom Jesus. Reserve já o seu
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Adaptado de fernandocabral.blogspot.com |
A população foi reclamar com o prefeito, que não tendo recursos no caixa da prefeitura apelou com uma ideia original, que foi a de vender os buracos.
Isso mesmo que você está lendo: vender. Não no sentido de “papel passado”, mas vender sem entregar a mercadoria.
Cada buraco custa 50 euros – o comprador pode examiná-los na Internet antes de fechar negócio.
Quem comprar um buraco em Niederzimmern também tem direito a uma placa. A pessoa pode deixar registrada uma mensagem que permanecerá no local, mesmo após o conserto do buraco.
Como vários políticos nossos possuem o know-how das modernas técnicas de vender sem entregar a mercadoria (o mercado das promessas e das ilusões é o mais explorado por eles), poderiam aproveitar para vender algo mais concreto, digo, algo mais asfáltico, mais paralelepáltico, que é nosso imenso, nosso vastíssimo roçado de buracos.
Quem comprar um buraco em Niederzimmern também tem direito a uma placa. A pessoa pode deixar registrada uma mensagem que permanecerá no local, mesmo após o conserto do buraco.
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Este não é lindo? Meu sonho de consumo, que ninguém tasca. Mas não me inveje, tem de todos os tipos e modelos para você também! |
Como vários políticos nossos possuem o know-how das modernas técnicas de vender sem entregar a mercadoria (o mercado das promessas e das ilusões é o mais explorado por eles), poderiam aproveitar para vender algo mais concreto, digo, algo mais asfáltico, mais paralelepáltico, que é nosso imenso, nosso vastíssimo roçado de buracos.
Tem para todos os gostos, de vários tamanhos, circunferências, profundidades, modelitos, estilos e tendências.
- Um mais lindo que o outro, você não pode perder, poderiam instigar na propaganda.
Eu, particularmente, adoraria comprar aquele buracão belíssimo que vai se formando nas imediações do Supermercado 5 Irmãos, em Bom Jesus/ES, depois que renovaram a rede de esgoto.
Vocês repararam o esmero de sua produção?
Aprendam: primeiro, arranca-se a camada asfáltica. Depois, as pedras. Revolve-se a terra e enterram-se os tubos. Depois do serviço pronto vem a restauração artística, o acabamento irretocável.
Ao recolocar as pedras, o segredo do artesão, o talento do paisagista está em dispô-las assimetricamente, formando aqueles encantadores côncavos e convexos. Ah... Meu sonho de consumo!
Também adoraria comprar um não-buraco.
Também adoraria comprar um não-buraco.
Calma, explico: um não-buraco é um buraco metido a besta que resolveu renegar a numerosa classe buracal.
Nasceu buraco, cresceu buraco, mas traiu seus iguais transformando-se num não-buraco.
Com a ajudinha do poder público, uniu-se às más companhias dos detritos sólidos e criou sua diferenciada natureza, como aquele que fica na esquina da Abreu Lima com Tenente José Teixeira, em Bom Jesus/RJ, antes tido o pomposo nome de bueiro.
Pretendo que este texto sirva como uma espécie de pré-contrato se resolverem copiar a ideia do prefeito alemão, isto é, faço desde já uma reserva de mercadoria.
Pretendo que este texto sirva como uma espécie de pré-contrato se resolverem copiar a ideia do prefeito alemão, isto é, faço desde já uma reserva de mercadoria.
Mas não me inveje. Há buracos para todos.
Ao sair de casa, repare que na sua própria rua tem ao menos um buraquinho.
Na pior das hipóteses, uma cicatriz feita pela cia. de água e saneamento, pensa que descuidam da paisagem?
Mesmo pequenos, respeite-os como crianças que crescerão saudáveis e robustos, para na vida adulta dar-lhe a satisfação do porte atlético, de sua presença marcante a compor o lindo panorama do seu bairro, da sua cidade.
E viva os asfaltos de R$ 1,99, os de baixa renda, que produzem belos e primorosos buracos!
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em novembro/2010
Caos na Saúde Pública para a plebe rude; Sirio Libanês pago a peso de ouro pela plebe rude para a casta política privilegiada!
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O Hospital Sirio Libanês, em São Paulo, um dos mais completos e avançados do Planeta, frequenta o noticiário com bastante regularidade, quase concorrendo com a previsão do tempo.
Isto porque 10 em cada 10 famosos e notáveis, políticos em profusão, lá acorrem quando daqueles terríveis momentos em que a vida se vê ameaçada.
Principalmente para políticos de todos os naipes, oriundos dos mais variados recantos brasileiros, o Sirio Libanês é o amigo certo das horas incertas.
Principalmente para políticos de todos os naipes, oriundos dos mais variados recantos brasileiros, o Sirio Libanês é o amigo certo das horas incertas.
Alguns se deslocam para lá em reluzentes jatinhos e helicópteros.
Para a plebe, só desacolhedores incertos. Incertos, não sabidos, esquivos.
Para a plebe, só desacolhedores incertos. Incertos, não sabidos, esquivos.
Muitas vezes aboletados numa Van ou veículos outros, consomem-se em longas viagens para municípios um tantinho melhores que os de origem, curtindo sua dor física e sua amargura dessa tremenda, terrível, inaceitável injustiça social.
Lá misturam-se aos nativos, formando uma massa de desesperados e desesperançados.
E o país tão vasto, tão rico, nada menos que a 6ª economia do Mundo, que gasta bilhões de Dólares para sediar Copa do Mundo, outros tantos bilhões para nutrir a corrupção desenfreada, destina migalhas para a Saúde da população.
A situação lamentável dos hospitais abarrotados, atendendo a pacientes nos corredores, com carência de médicos, sem medicamentos, incapazes de realizar o mais simples procedimento, pululam no noticiário como um contraponto cruel e infame aos boletins do Sirio Libanês.
Estes boletins são lidos com a fleuma de um lorde inglês por médicos componentes da mais fina flor da ciência, que em seus jalecos alvíssimos e de boa grife dão aos desventurados os informes sobre a quantas anda o tratamento do figurão da hora.
O senador Cristóvam Buarque foi ridicularizado certa feita ao sugerir um projeto que obrigasse a que todo político devesse educar os filhos em escolas públicas.
O senador Cristóvam Buarque foi ridicularizado certa feita ao sugerir um projeto que obrigasse a que todo político devesse educar os filhos em escolas públicas.
Só assim, dizia o senador, teríamos uma Educação de qualidade.
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Um dos candidatos a prefeito de Bom Jesus do Itabapoana/RJ se diz disposto a, entre outras coisas no setor, reabilitar o Hospital São Vicente de Paulo.
E sabe que o município nada tem a ver com a administração da entidade, que é de natureza jurídico-privada.
Mesmo assim, propõe-se a interagir com a direção, afirmando que poderá até despachar o expediente como prefeito dentro das dependências do nosocômio, até que ele volte ao atendimento pleno de outrora.
Se essa disposição do candidato é em sentido literal ou figurada, pouco importa, mas a mensagem que dela se manifesta, sim.
Se essa disposição do candidato é em sentido literal ou figurada, pouco importa, mas a mensagem que dela se manifesta, sim.
Neste sentido, e enquanto a Saúde estiver tão calamitosa, prefeitos, governadores e até a presidente da República deveriam despachar nas secretarias de Saúde e no Ministério da Saúde.
E só retornarem a seus gabinetes suntuosos quando a população que lhes paga o Sirio Libanês puder dispor de centros de saúde condizentes com suas necessidades e direitos.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em setembro/2012
Deixá-lo morrer é covardia! O que mais causa danos ao Rio Itabapoana é o desprezo e a insensibilidade
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Na vazante, "prainhas" de esgoto explicam as enchentes em qualquer cheia e suas devastações |
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Cenário que se estabelece com sinistra regularidade nos últimos anos |
A UFF, no intuito de viabilizar todas as atividades do Projeto, além de desempenhar o papel de instituição coordenadora, tem, ou tinha como função exercer o de agente articulador, mediador e integrador nas instâncias politica, institucional, técnico-cientifica e financeira, através de parcerias com órgãos federais, estaduais e municipais e com universidades brasileiras e estrangeiras, organizações não-governamentais e iniciativa privada.
Projeto submerso
Este projeto, no entanto, parece estar fazendo água. O próprio site oficial do Managé está desatualizado desde o início de 2000, remanescendo como chamada de capa do seu último informativo a inauguração da Usina de Rosal.
Pouco ou nada se percebe de melhorias para o rio, seja no aspecto da integração politica pela busca de uma metodologia única para o portentoso objetivo comum aos 18 municípios, seja nas próprias ações efetivas de recuperação do importante manancial.
Este projeto, no entanto, parece estar fazendo água. O próprio site oficial do Managé está desatualizado desde o início de 2000, remanescendo como chamada de capa do seu último informativo a inauguração da Usina de Rosal.
Pouco ou nada se percebe de melhorias para o rio, seja no aspecto da integração politica pela busca de uma metodologia única para o portentoso objetivo comum aos 18 municípios, seja nas próprias ações efetivas de recuperação do importante manancial.
Ate por isso, e fundamentalmente por ser com certeza o município que mais sofre principalmente pelo assoreamento que forma a cada dia mais e mais "prainhas" de areia grossa, preta de resíduos sólidos no leito do rio, que faz qualquer cheia virar enchente, louvável foi a atitude de Bom Jesus do Norte em tentar chamar a atenção para os graves problemas do Itabapoana através da Descida Ecológica com canoeiros de ONGs ambientais do E.S. na última Festa do município, realizada em fins de abril último.
A numerosa população do Bairro Silvana, que serpenteia quase toda a orla urbana bom-jesuense-do-norte do rio, sofria os revezes da natureza em periodicidade intermitente, mas nos últimos anos o drama tem sido contínuo. Isto é sintomático de que a doença, em vez de regredir, está em alarmante progressão!
Falácias
Lamentável foram, todavia, a improvisação e a falta de planejamento para o evento, parecendo ter sido inserido às pressas na programação da Festa, num impulso que pareceu mais para cultuar aparências do que propriamente alcançar a finalidade real a que se destinava.
As cerca de 20 embarcações, entre canoas, caiaques e botes, devem ter acomodado umas 30 pessoas.
Na ponte que une as duas cidades, um número até expressivo de populares assistia a navegação, sem no entanto identificar seus representantes, exceto um vereador de Bom Jesus do Norte.
De Vitória vieram dois políticos de relativa expressão: a deputada estadual Luzia Toledo e o ex-presidente
da Assembléia e atual secretário Estadual de Agricultura e Meio Ambiente do E.S., César Colnago.
Da região, apenas os prefeitos de S.J.Calçado, de Apiacá e de B.J.Norte. O de Bom Jesus do Itabapoana mandou uma representante porque tinha compromissos oficiais mais importantes no horário programado para a Descida.
Conclusão
Não serão com ações pífias e de conteúdo empreendedor superficial como esse que o Rio Itabapoana poderá oxigenar melhor sua vida aquática, recuperando quase que milagrosamente a própria saúde.
Em primeiro lugar, parece claro, é preciso surgir lideranças indiscutivelmente comprometidas com a ideologia do respeito ambiental, sinceras na sensibilidade e na disposição ao trabalho com criatividade.
Daí à persuasão, ao diálogo, à distinção do parceiro realmente disposto e então à união para ações conjuntas.
Ainda que fosse possível que só dois dos 18 municípios cuidassem do pedaço do rio comum a estes (o que não é, absolutamente), de que adiantaria?
Antes que o Itabapoana se transforme num Tietê, rio que edificou a maior megalópole do país mas parece hoje estar em coma irreversível, urge que um prodígio de vontade coletiva aconteça para que se possa aproveitar o bom momento econômico do país que está "botando dinheiro pelo ladrão" sem saber em que empregá-lo.
O Governo Federal reclama a ausência de projetos consistentes para uma gama variadíssima de setores, entre os quais os relacionados ao meio ambiente, e os municípios podem (e devem) botar a cachola própria ou a de terceiros para funcionar em busca desses recursos.
É necessário abolir a acomodação de quem se contenta em ficar a reboque dos respectivos Estados, à mercê do humor, da disposição e da consciência de seus governadores, tirando ad eternum as castanhas do fogo com mãos alheias.
O momento, se não for agora, poderá ser nunca. E às populações cabe a tarefa de exigir de seus representantes as atitudes em prol do rio que as serve, repudiando os discursos de pura retórica que não passam de escritas nas águas do Itabapoana, turvas de poluição e de descaso.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em maio/2007
Sinalização em Bom Jesus do Norte
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Era isso? |
Então era isso o que sonhávamos para nossa cidade há muito tempo?
Umas linhas amarelas e umas plaquinhas eram objetos de nossa reivindicação que passa de duas décadas, cuja cobrança em inúmeros textos que produzi já ameaçava tornar-se ridícula pela repetitividade?
E o sistema de mão única prometido desde a época do rascunho da Bíblia, que seria na verdade a espinha dorsal de um trânsito moderno?
E os projetos de paisagismo sempre presentes nos palanques e nos planos mentirosos de governo?
E os belíssimos portais de entrada?
E as indefectíveis placas "Turismo é investir na qualidade de vida" que continuam com sua corrosão cada vez mais ameaçadora à integridade física das pessoas, tendo já devidamente assassinado o idioma e o aspecto visual da cidade?
Francamente...
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em janeiro/2013
Saúde particular dificulta ainda mais para os padecentes
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hojerondonia.com |
Mas no aspecto da iniciativa privada, essa indignação ainda respira por aparelhos e espero que se fortaleça sob pena de virarmos zumbis.
Quem tem plano de saúde vê-se às voltas com problemas desde prazos longos para agendamento de consultas até recusas na cobertura de procedimentos.
Quem tem plano de saúde vê-se às voltas com problemas desde prazos longos para agendamento de consultas até recusas na cobertura de procedimentos.
Quem não tem convênio sofre obviamente ainda mais, não apenas pelas razões intrínsecas, mas por insensibilidade dos profissionais do setor.
Um exemplo é o valor cobrado para consultas e exames.
Um exemplo é o valor cobrado para consultas e exames.
Posso estar enganado e corrigirei o informe se me provarem o contrário, mas considere-se com sorte se pagar R$ 120 por uma simples consulta, já que os preços variam com uma lógica incompreensível, chegando a R$ 250 em consultórios convencionais (quase meio salário-mínimo).
Se o profissional em questão for um desses arquétipos da ciência..., isso seria até troco.
Outra coisa: parece mesmo que combinam entre si não aceitarem pagamento via cartão de crédito, dinheiro de plástico amplamente aceito nas mais variadas atividades e que quebra um galhão danado principalmente quando das necessidades imediatas, como é uma emergência médica.
Outra coisa: parece mesmo que combinam entre si não aceitarem pagamento via cartão de crédito, dinheiro de plástico amplamente aceito nas mais variadas atividades e que quebra um galhão danado principalmente quando das necessidades imediatas, como é uma emergência médica.
Mas não. Enquanto que a grande maioria do empresariado em geral aceita os cartões, é a minoria dos prestadores de serviços médicos que o faz.
Isso eu senti na própria pele, e não só em Bom Jesus; em Itaperuna também, e temo que em todo lugar.
Por quê isso? Qual a lógica que há por trás desse repulsivo comportamento que trafega na contramão da modernidade?
Por quê isso? Qual a lógica que há por trás desse repulsivo comportamento que trafega na contramão da modernidade?
É difícil aceitar que uma pessoa possa usufruir de um meio de pagamento que lhe permite tanta coisa, mas não a manutenção de sua saúde, o bem mais precioso!
Vá entender tamanha contradição!
Em tempo: uma exceção que conheço é a clínica de gastroenterologia localizada em frente à Estação Rodoviária de Bom Jesus/RJ.
Vá entender tamanha contradição!
Em tempo: uma exceção que conheço é a clínica de gastroenterologia localizada em frente à Estação Rodoviária de Bom Jesus/RJ.
Lá, aceitam-se cartões.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em janeiro/2013
Tragédia!
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Leonardo Azeredo Vaillant
Meu sobrinho Leonardo se foi prematuramente, aos 23 anos de idade, num acidente de automóvel ocorrido dois dias antes do último Natal.
"Meu tio predileto", era como Leo sempre se dirigia a mim, e eu retribuía: "Meu sobrinho predileto".
Sempre que nos encontrávamos ele adorava brincar sobre erros gramaticais comuns, principalmente as redundâncias.
Sempre que nos encontrávamos ele adorava brincar sobre erros gramaticais comuns, principalmente as redundâncias.
"Tio Zé, estava dando o acabamento final na minha moto", disse-me pela última vez com um largo sorriso (marca registrada que nunca se apagava do lindo rosto), a propósito de uma atividade que lhe dava intensa satisfação: lavar e cuidar da motocicleta de forma tão metódica e minuciosa que beirava as raias do exagero.
Aguarde-me, sobrinho predileto. Quando eu também subir para cima, vamos conviver juntos novamente esse elo de união de tamanhos respeito, carinho e admiração recíprocos.
PS: E por falar desse peralta que abusou da velocidade e deixou nossos corações dilacerados, penso que deveria ser proibida a fabricação de veículos cuja velocidade exceda as condições das estradas brasileiras.
É incompreensível que se vendam bólidos que ultrapassam brincando a marca de 200 km/h para trafegarem, por exemplo, na rodovia Bom Jesus/Itaperuna, principalmente no trecho daqui ao Cruzamento.
Aguarde-me, sobrinho predileto. Quando eu também subir para cima, vamos conviver juntos novamente esse elo de união de tamanhos respeito, carinho e admiração recíprocos.
PS: E por falar desse peralta que abusou da velocidade e deixou nossos corações dilacerados, penso que deveria ser proibida a fabricação de veículos cuja velocidade exceda as condições das estradas brasileiras.

É tentativa de suicídio com grandes probabilidades de sucesso!
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em janeiro/2013
Templos religiosos
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cotidianonacional.wordpress.com |
Quantos templos religiosos a gente vê por aí! Um cidadão aluga uma salinha, coloca lá um tablado e algumas cadeiras e pronto: mais um representante de Jesus na Terra devidamente creditado a defender o Seu santo nome e difundir Sua palavra.
Tomando por base as Bom Jesus, imaginem a proliferação dessas casas de orações por todo o Brasil e esse mundão de pecados!
Conclusão:
Nem só de pão vive o homem.
Mas a falta do pão da Justiça, da igualdade, da esperança e da oportunidade para todos amplifica o bom verbo de autênticos pastores, mas também desperta a sanha oportunista dos falsos profetas.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em outubro/2009
Unidade de Saúde Central de Bom Jesus do Norte à disposição do History Channel
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O mundo sem ninguém |
No início do ano passado o Governo Estadual liberou verbas para a construção da nova Unidade de Saúde do Centro, em Bom Jesus do Norte/ES.
No Governo Municipal anterior, quase que a obra foi concluída.
De vez em quando assisto no History Channel ao programa “O mundo sem ninguém”.
É muito interessante acompanhar a deterioração gradual das construções humanas, que vão sendo tomadas, tombadas e tripudiadas pela Natureza num mundo fictício em que a civilização foi dizimada.
A simulação de prédios sendo invadidos por plantas, pontes monumentais tombando por falta de manutenção, a Estátua da Liberdade reduzida a pedaços enferrujados numa Manhattan parecida com a Amazônia é realmente um trabalho visual formidável realizado pela tecnologia.
Conclusão:Nossa unidade de saúde periga despertar a atenção do pessoal do History, que nem precisarão de computadores já que o abandono é real e dispensa simulações!
Conclusão:Nossa unidade de saúde periga despertar a atenção do pessoal do History, que nem precisarão de computadores já que o abandono é real e dispensa simulações!
Mais um tempo e poderemos contemplar o verde orgânico a desafiar a barreira de materiais como concreto, ferragens e revestimentos de uma edificação que nunca foi usada, apesar de bastante necessária e erigida numa cidade que, ao contrário da ficção, é habitada por cerca de 10 mil pessoas vivinhas da silva.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicada em outubro/2009
Ganha o céu uma estrela refulgente
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Leonardo Azeredo Vaillant
Tchau, pai. Vou dar uma volta.
- Vai de quê?
Leonardo Azeredo Vaillant, com o costumeiro sorriso sempre estampado, balançou as chaves do carro novo que o pai Marcos Tadeu havia adquirido há cerca de dois meses.
- Vai com Deus. Devagar, hein!
Este foi o último diálogo do jovem de 23 anos com o pai, ocorrido na tarde-noite daquele fatídico 23/12/12.
Leonardo Azeredo Vaillant, com o costumeiro sorriso sempre estampado, balançou as chaves do carro novo que o pai Marcos Tadeu havia adquirido há cerca de dois meses.
- Vai com Deus. Devagar, hein!
Este foi o último diálogo do jovem de 23 anos com o pai, ocorrido na tarde-noite daquele fatídico 23/12/12.
Por volta de 0h30 meu sobrinho Leonardo viria a falecer no Hospital São Vicente de Paulo em decorrência de um estúpido acidente ocorrido umas três horas antes.
A comoção em Bom Jesus do Norte foi muito grande não apenas pela prematuridade da perda, mas também e talvez sobretudo pelas qualidades daquele jovem que esbanjava tanta alegria e vitalidade.
Uma semana antes Leo recebia seu diploma de bacharel em Direito. Não pretendia advogar, mas tentar concursos públicos que a especialidade dispusesse.
Uma semana antes Leo recebia seu diploma de bacharel em Direito. Não pretendia advogar, mas tentar concursos públicos que a especialidade dispusesse.
Inteligente, trabalhador, extremamente simpático e agradável no trato com as pessoas, humilde, solidário, isento de vícios (uma ou duas latinhas de cerveja vez ou outra, mais pelo simbolismo social do que propriamente por gostar de bebida), seu "defeito" era tão-somente amar velocidade.
Isso, aliás, era uma das poucas é às vezes severas divergências com a família.
Isso, aliás, era uma das poucas é às vezes severas divergências com a família.
A mãe Márcia não cansava de recomendar-lhe prudência, de rezar e de confidenciar a parentes e amigos que vivia constantemente com o coração na mão pensando no que pudesse acontecer ao seu primogênito.
Um pouco lá atrás, quando Leo manifestou interesse em possuir uma moto, o pai tentou enfaticamente demovê-lo da ideia.
Um pouco lá atrás, quando Leo manifestou interesse em possuir uma moto, o pai tentou enfaticamente demovê-lo da ideia.
Mas não podia interferir no livre arbítrio do filho, e quando este, de maior idade, oficialmente habilitado a pilotar, usando o próprio dinheiro ganho no trabalho apareceu com uma reluzente Honda de 350 cc, tudo o que podia fazer era continuar com as recomendações.
Por ironia, foi com o carro que perdeu a vida!
Está difícil para os familiares conformarem-se com a terrível perda, ainda que se aceite que os desígnios de Deus são vedados à compreensão do homem.
Está difícil para os familiares conformarem-se com a terrível perda, ainda que se aceite que os desígnios de Deus são vedados à compreensão do homem.
A saudade dói demais, o vácuo da ausência é monumental, os referenciais de vida perderam-se nos desvãos do sofrimento.
Mas o conforto reside na fé e na capacidade de sermos fortes.
Mas o conforto reside na fé e na capacidade de sermos fortes.
Reside nas doces lembranças de Leonardo.
Como é confortante recebermos tão magnífica manifestação de solidariedade; como é bom desfrutarmos a constatação de tão amplo círculo de amizade que Leo fez com sua capacidade toda especial de seduzir; como é fascinante a intensidade de luzes e de cores que emanam dos sentidos dos que o conheceram; como é surpreendente a exata dimensão do apreço e da consideração das quais era credor; como é prazeroso tê-lo na conta de ótimo filho e também ótimo irmão da Esthefany, sendo o pai seu grande ídolo que até mereceu o nome tatuado no braço!
Leonardo Azeredo Vaillant. A maior dor que atingiu nossos corações foi sua perda, mas Deus não é cruel.
Leonardo Azeredo Vaillant. A maior dor que atingiu nossos corações foi sua perda, mas Deus não é cruel.
Ele jamais nos faria encontrar um amor para lançá-lo fora de nossas vidas, eternamente.
Então, até breve, querido.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em janeiro/2013
À flor da pele
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Um conhecido meu, sujeito parrudo beirando os 40, ignorantão, vive por aí a colecionar em seu malévolo arquivo mental as agruras humanas para comentá-las com pitadas generosas de ironia e sadismo em rodas de botequim.
De mim, anda a falar aqui e acolá, bem sei:
mãos... Coisa horrível!
Dia desses vi o pelintra na outra calçada em direção oposta a
mim. Tentei desvencilhar-me olhando perfunctoriamente uma vitrine. Em vão. Atravessou a rua apressado, quase levando uma cipoada bicicletal, vindo cheio de dentes em minha direção:
- Zêinrrique, meu chapa. Há quanto tempo. Também, você não sai do casulo...
- Sair, saio. Só o necessário. Sou meio caseiro.
- Anham! Caseiro, é? Nada disso. Você é um esnobe, um excêntrico...
- Tá bom. Se você acha..., repliquei, ansioso para finalizar o rápido encontro.
- Estou encafifado com essas manchas nos seus braços,
Zêinrrique. Foi tombo? Caiu de alguma escada... Ah, já sei. Caiu de moto...
- Nada disso. São manchas involuntárias.
- Involuntárias? Tá vendo a excentricidade? Uns levam porrada de alguma coisa ou de alguém, mas as suas marcas são..., ai que coisa, in-vo-lun-tá-ri-as.
- Tenho doenças de pele. Às vezes sai sangue dos meus braços, espontaneamente. Não posso sequer encostar um pouco mais forte em algo sólido, minha pele arrebenta. Se eu acaso corresse e alguém me segurasse de supetão, ficaria irremediavelmente despelado, porque uma fricção pouco mais acentuada torna-se intensa abrasão.
A pele rasga-se deixando à mostra a epiderme, a derme, e se facilitar o objeto contundente chega ao osso como faca na manteiga!
- No duro? É doença grave?
- No duro? É doença grave?
- Não sei, respondi, notando um brilho acentuado em seus olhos, que me pareceu menos de curiosidade, mais de satisfação.
- Como é o nome?
- Ignoro. Nem sei se isso tem um nome. Os médicos acham que pode advir de má circulação. Inclusive, um doutor competente na profissão, embora pouco seletivo no que lê, já que se diz um de meus admiradores, acha que é processo natural de envelhecimento, que minha pele é mais sensível e por isso vai se deformando precocemente.
- Esse médico está correto em gostar do que você escreve por
que são coisas interessantes -, retrucou 0 mala, bajulando-me como ato preparatório para outra estocada:
- Mas ele está errado ao falar de precocidade. Você já tem uns 60...
- Epa! 55.
- Jurava que era de 60 pra mais...
- Cuide de melhorar sua capacidade de observação porque, não obstante estes meus problemas, a maioria das pessoas acha que ainda nem cheguei aos 50...
- Esses descascados nas suas mãos também são de velhice?
- Não. São decorrentes de outra doença, chamada psoríase.
- Ahn???!!!, grunhiu, os olhos meio esbugalhados. Pizô o quê?
- Psoríase. Uma doença incurável, felizmente controlável. É
com "p" mudo que se escreve, mas lê-se ”pizôríaze”, cuidando de pronunciar os acentos adequadamente.
- Não tô falando? Mais doença de intelectual. Outro dia encontrei um colega seu que tem..., ah, ah, ah (gargalhou, fazendo um gesto desmunhecante), que tem..., flebite.
- Epa! 55.
- Jurava que era de 60 pra mais...
- Cuide de melhorar sua capacidade de observação porque, não obstante estes meus problemas, a maioria das pessoas acha que ainda nem cheguei aos 50...
- Esses descascados nas suas mãos também são de velhice?
- Não. São decorrentes de outra doença, chamada psoríase.
- Ahn???!!!, grunhiu, os olhos meio esbugalhados. Pizô o quê?
- Psoríase. Uma doença incurável, felizmente controlável. É
com "p" mudo que se escreve, mas lê-se ”pizôríaze”, cuidando de pronunciar os acentos adequadamente.
- Não tô falando? Mais doença de intelectual. Outro dia encontrei um colega seu que tem..., ah, ah, ah (gargalhou, fazendo um gesto desmunhecante), que tem..., flebite.
Veja só (caprichou nos meneios afeminados, acentuando e escandindo as sílabas palatais): fle-bi-te. Nem é febre, nem é meningite. Vocês não podiam ter uma doença de gente normal, tipo alergia, bronquite, reumatismo, asma...
- Pera lá. A maioria das doenças não faz distinção de categoria social, cor, raça ou sexo. A psoríase mesmo é uma das mais democráticas. Ela acomete, segundo dados científicos, cerca de 3% da população mundial de negros, brancos, pardos, homens, mulheres...
- Gente nova também?
- Sim. Raramente até em crianças. Mas seus picos de incidência se dão dos 20 aos 50 anos. Vi outro dia na Internet o drama de um jovem recém-casado com psoríase na glande...
- Grande?
- Não. Glande. Sabe, a cabeça...
- Do pinto?, arregalou os olhos.
- Isso. A doença não escolhe lugar, embora tenha preferência pelas juntas, principalmente joelhos e cotovelos. Felizmente a minha é de natureza leve a moderada (80% dos casos, segundo o Dr. Drauzio Varella) no restante do corpo, infelizmente aguda no couro cabeludo. Mas a do rapaz recém-casado, coitado, causou uma fissura extensa na glande. Uma rachadura, entende?
- E na hora de...?
- Como pode haver hora de..., com aquilo rachado?
- É. Fica difícil. Pode entrar um pedaço, e o outro, não.
- Não brinque com a desgraça dos outros, censurei, raspando de sacanagem as faces posteriores dos dedos de uma das mãos em seu braço.
Ele deu um salto vigoroso para trás, parecia em transe.
- PelamordeDeus, Zêinrrique, retrucou esfregando febrilmente o local. - Quer que eu pegue essa coisa?
- Relaxe. Não é contagiosa.
- Mas que é feio...!
- Admito. Em compensação, segundo algumas correntes científicas, quem a desencadeia é o meu sistema imunológico, que está preparado além do necessário para combater os males.
Está tão hiperativo e tão bem armado que chega a confundir as células boas das ruins, a ponto de atacar as boas por engano.
Excesso de virilidade, sabe? As pragas verdadeiras, então, já viu, né?
- Olhando por esse ângulo...
- E você, não tem uma doencinha qualquer?, perguntei.
- Não, graças a Deus.
- Mas a madame tem, não é?
- Nadica de nada. A patroa é uma potranca (riu da cacofonia proposital). Está vendendo saúde.
- Você está enganado, contestei, já dando 0 fora dali.
- Ela tem uma doença que é até mais esquisita que a minha, por coincidência também começando com "p" e terminando com "íase". Mas fique tranquilo porque não compromete sua natureza potrancal.
- Que doença?
- PelamordeDeus, Zêinrrique, retrucou esfregando febrilmente o local. - Quer que eu pegue essa coisa?
- Relaxe. Não é contagiosa.
- Mas que é feio...!
- Admito. Em compensação, segundo algumas correntes científicas, quem a desencadeia é o meu sistema imunológico, que está preparado além do necessário para combater os males.
Está tão hiperativo e tão bem armado que chega a confundir as células boas das ruins, a ponto de atacar as boas por engano.
Excesso de virilidade, sabe? As pragas verdadeiras, então, já viu, né?
- Olhando por esse ângulo...
- E você, não tem uma doencinha qualquer?, perguntei.
- Não, graças a Deus.
- Mas a madame tem, não é?
- Nadica de nada. A patroa é uma potranca (riu da cacofonia proposital). Está vendendo saúde.
- Você está enganado, contestei, já dando 0 fora dali.
- Ela tem uma doença que é até mais esquisita que a minha, por coincidência também começando com "p" e terminando com "íase". Mas fique tranquilo porque não compromete sua natureza potrancal.
- Que doença?
- Pogoníase.
- Pogo...
- Dizem até que é você quem faz a barba nela..., gritei, nesta altura a mais de 200 metros dali, ouvindo a série de imprecações e de insultos acompanhada de gestos ameaçadoramente belicosos.
Se fico por perto, imaginem como ficaria a minha pele!
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em fevereiro/2010
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Moradora de Bom Jesus do Norte dá à luz trigêmeos
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Mas Gabriela Sabóia, 27, até o quinto mês de gestação pensava que era apenas um irmãozinho ou uma irmãzinha para a filha Michele, 10, estudante da 3ª série no Colégio São Sebastião, município de Bom Jesus do Norte/ES, onde reside.
No quinto mês, a ultrassom lhe deu uma maravilhosa notícia: gêmeos.
Mas no exame que fez com sete meses, mais uma surpresa: trigêmeos.
“O médico brincou: - No próximo exame serão quatro”, contou a mãe, orgulhosa.
Artur, Mirela e Milena vieram à luz de parto cesáreo rigorosamente aos nove meses de gestação, sem precisarem de incubadora, o que é um fato raro, que de acordo com os médicos acontece um em oito mil.
Artur, Mirela e Milena vieram à luz de parto cesáreo rigorosamente aos nove meses de gestação, sem precisarem de incubadora, o que é um fato raro, que de acordo com os médicos acontece um em oito mil.
“O fato de as crianças terem nascido a termo, isto é, com 37 semanas, é raro; no caso de trigêmeos é normal o nascimento das crianças se antecipar”, disse um obstetra bom-jesuense.
As crianças, filhas de Gabriela e Alessandro Rezende, 30, nasceram no dia 14/9 no Hospital Evangélico, de Cachoeiro de Itapemirim.
As crianças, filhas de Gabriela e Alessandro Rezende, 30, nasceram no dia 14/9 no Hospital Evangélico, de Cachoeiro de Itapemirim.
Artur, com 2,770 kg e 46 cm; Mirela, com 2,345 kg e também 46 cm e Milena, com 2,080 kg e 41 cm, cada qual numa placenta diferente renderam reportagens nos dois jornalões da capital (A Gazeta e A Tribuna).
A mãe, que trabalha como doméstica (está de licença) disse com uma ponta de pesar que pensa deixar as crianças na creche assim que tiver que retomar o trabalho.
A mãe, que trabalha como doméstica (está de licença) disse com uma ponta de pesar que pensa deixar as crianças na creche assim que tiver que retomar o trabalho.
Agradecida, disse também que até agora ganhou todo o necessário para cuidar dos bebês, como roupinhas, fraldas, leite especial Nanon, entre outros.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em outubro/2006
Vexame! Sábias palavras de um comunista empedernido que deve estar se revirando no túmulo pela matilha de calhordas que se apossou do Brasil
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Pablo Neruda (1904-1973), escritor chileno, um dos mais consagrados poetas de todos os tempos, disse em seu livro autobiográfico “Confesso que vivi”:
“A América Latina gosta muito da palavra esperança. Agrada-nos que nos chamem continente da esperança. Os candidatos a deputados, a senadores, a presidentes se autointitulam candidatos da esperança.
Na realidade esta esperança é algo assim como o céu prometido, uma promessa de recompensa cujo cumprimento se adia. Adia-se para o próximo período legislativo, para o próximo ano ou para o próximo século.”
O genial poeta, sincera e apaixonadamente marxista-trotskista-leninista, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1971 não merecia que a ideologia de sua paixão apresentasse tal nível de baixeza num país, como a que promove os sacripantas petistas.
Neruda, onde estiver, certamente estará com o olho rútilo e o lábio trêmulo de indignação - como dizia o nosso Anjo Pornográfico, o também genial dramaturgo Nelson Rodrigues - porque jamais teria imaginado que o seu texto, claramente dirigido à "direita pervertida”, aos "donos do capital selvagem”, pudesse ser usado com tanta propriedade contra gente que comunga (?) de sua (a de Neruda) ideologia.
O comunismo, fragorosamente derrotado no terreno estritamente ideológico - apesar dos pablos nerudas - exigiria gente mais competente para fazê-lo reviver no Brasil, com os acessórios necessários aos tempos modernos.
Até os tijolos que restaram do muro de Berlim como souvenirs devem estar horrorizados com essa cambada brasileira, com as figuras ridículas e desastradas como as de Delúbio, Silvio, Genoino, Zé e outros companheiros muy amigos.
Quiseram reviver o comunismo em terra brasilis da maneira mais delirante, às avessas, pervertendo numa guinada de 360 graus o dogma primordial, a natureza e a essência do regime que era, grosso modo, tirar da elite conservadora e dividir com o proletariado.
No caso, tiram dos pobres para dar aos ricos, mas justiça seja feita a esses larápios: cultivam o “mentir sempre”, um dos preceitos filosóficos da vertente engeliana.
Num outro trecho do livro, Pablo Neruda parece que escreveu na década de 70 do século passado com lupa no Brasil de hoje.
Falando de González Videla, que governou o Chile no período 1946-1952, disse o poeta: “(...) logo renovou-se a esperança, Videla jurou fazer justiça e sua eloquência ativa lhe atraiu grande simpatia (...) mas os presidentes em nossa América criolla sofrem muitas vezes uma metamorfose extraordinária (...) rapidamente mudou de amigos (...) ligou sua família com a aristocracia e pouco a pouco converteu-se de demagogo em magnata (...)”.
Qualquer semelhança...
O Brasil talvez nunca tenha produzido tantos novos-ricos como agora, nem enriqueceu ainda mais os que já existiam, sobretudo nunca viveu tamanha discrepância entre o que lhe era acenado com o efetivamente concedido.
Pior ainda: nunca foi tão saqueado, tão roubado, tão vilipendiado!
A traição se revela brutal, inacreditável, estarrecedora!
Um povo que apostou todas as suas fichas na esperança vê-a inteiramente desvanecida.
Acabou-se o que era doce, voltou à estaca zero, terá de começar tudo outra vez, esperando que pelo menos possa tirar algo de útil da crise, que como bem disse a senadora juíza Denise Frossard, não é precisamente uma crise política, é caso de polícia.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em julho/2005
Bom Jesus pode padecer ainda mais com a Dengue
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Em meio ao sofrimento e ao nó górdio sofrido pelo sistema de Saúde das duas Bom Jesus por causa da epidemia de Dengue, podem-se apontar dois fatos positivos:
O bom trabalho de acompanhamento e notificação, quando o nível de contaminação atingiu um patamar de tal magnitude que refreou possíveis intenções de maquiar os números; e o susto propriamente, que pela intensidade é capaz de chacoalhar a inércia e encorpar políticas de saneamento doravante.
A guerra promovida pelo Aedes Aegypti em Bom Jesus parece não deixar dúvidas de que as políticas sanitárias devem sofrer um revés na sua letargia, prolongando aos 365 dias do ano as ações de vigília minuciosa, rigor na inspeção de potenciais criadouros, esquadrinhamento com lupa de cada quadrante suspeito, campanhas ininterruptas de conscientização, treinamento especial dos agentes de Saúde, sobretudo vontade política e honestidade de propósitos em impedir que o mosquitinho tome novamente de assalto as cidades e faça reféns o seu povo, de modo pontual na “baixa estação turística do Aedes”, quem sabe promovendo pandemônio maior que o de agora, na “alta estação” vindoura.
Quem se incomodar com a palavra letargia citada acima, leiam então de outra forma: parece claro, lógico, evidente, que se a política de prevenção à Dengue não foi letárgica, foi ao menos ineficaz, já que os números falam por si.
E o que pode ter concorrido para isso é que os municípios quase nunca são capazes de tomar a iniciativa, de planificar ações mais de acordo com suas particularidades, ficando sempre a reboque dos governos superiores e suas esporádicas campanhas nacionais, de suas liberações somente quando o inimigo toma de assalto as fortificações adversárias.
Por exemplo: deveria haver uma espécie de fusão dos esforços das duas cidades no combate, nas ações preventivas também de iniciativa própria e amiúde.
A causa exige sacrifícios, criatividade, não perdoa alteregos inflados.
Doenças infecto-contagiosas, como a Dengue, não respeitam fronteiras.
Pior: segundo pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a fêmea do Aedes (a que pica) voa até 1 km de distância de seus ovos.
Tem, portanto, capacidade maior de proliferação da que acreditavam os cientistas.
Ou seja, se existisse alguma teoria quanto a impossibilidade de o mosquito ir de um lado para o outro (de Bom Jesus/RJ para Bom Jesus/ES e vice-versa), ela cairia por terra.
Não havendo mudança radical de atitudes, acima de tudo dos políticos, em relação ao Aedes, só restará aos bom-jesuenses rezarem a pequena prece: “São Bento, livrai-nos desse bicho peçonhento”.
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em março/2011
Império do mal e dos maus; ou, a bandidagem comum inspira-se na bandidagem política, barbarizando geral. E não levantamos o traseiro do sofá!
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O brasileiro está anestesiado com os desmandos políticos que se sucedem numa recorrência vertiginosa! O povo parece já não ter forças para reagir, submete-se languidamente como um pobre coelho diante de uma serpente.
É como se estivesse drogado, sem capacidade de articular mobilização, de gritar um sonoro CHEGA.
Apenas aqui e ali algumas vozes clamam atitudes contra tanto vilipêndio, censurando com a voz do civismo machucado, tamanha apatia e acomodação.
Roubam zilhões de dinheiro público, mentem, extorquem, humilham a nação sob as suas barbas e parece que tanto faz como tanto fez. Nada o desperta deste pesadelo!
Como pode, com trovoadas ribombando de formas tão ameaçadoras?
Absolvições criminosas de culpados no Congresso, parlamentares envolvidos até o pescoço com a corrupção, escarnecendo de nós com suas danças e suas mentiras deslavadas e fica tudo por isso mesmo!
Absolvições criminosas de culpados no Congresso, parlamentares envolvidos até o pescoço com a corrupção, escarnecendo de nós com suas danças e suas mentiras deslavadas e fica tudo por isso mesmo!
Foi para isso que colocamos nós, o povo, no poder?
Continuaremos a nos calar ante a sonegação, os descalabros, à violência, às pessoas morrendo nas filas dos hospitais, à falta de verbas para a educação de nossos filhos?
Quem somos, afinal? Um bando de zumbis?
Nunca a imprensa foi tão atuante, tão incisiva, tão competente. Mas a gente lê as notícias e reage como se estivesse lendo o horóscopo. O máximo que nos permitimos é um muxoxo, como se as previsões do zodíaco não foram boas.
Essa reação é como um referendo de aprovação aos dirigentes ladrões e ineptos, que se aproveitam deste nosso estado de lassidão para roubarem não apenas nossas riquezas, mas fazendo-o de tal forma que levam de contrapeso nossa dignidade e amor-próprio.
Seguem os outros marginais uma lógica desconcertante para justificarem suas ações: se políticos roubam e nada lhes acontece;
Se 39 ladrões ajudavam a (des)governar o país, como enumerou o Procurador-Geral da República;
Se um brasileiro abonado mata friamente a namorada, de forma premeditada, confessa o crime e pega 19 anos mas está em liberdade, por quê, ora bolas, não podem ter privilégios iguais quando eventualmente cometem crimes até mais “suaves”, em vez de se obrigarem a mofar com mais 200 meliantes num xadrez de capacidade para 50?
Os maniqueístas de plantão, à direita, exigem leis severas, radicalização, quase uma Lei de Talião, aquela do olho por olho, dente por dente.
Os à esquerda dizem que a questão é a tal desigualdade social, debitando a criminalidade às pessoas carentes.
Falsos. Ambos.
O que resolve é punição, a começar pelo vértice da pirâmide.
Leis duras e punição severa. Judiciário autônomo não da boca pra fora. Estado capaz de impor o devido castigo desde o presidente da República até ao mais humilde cidadão, ficando definitivamente entendido que todo aquele que tem a prerrogativa de punir e não o faz é cúmplice da criminalidade no mínimo por omissão.
Não podemos sucumbir ao mundo da fantasia, dissociados da realidade. Em condições críticas, como a barbárie de São Paulo, não existe outra opção que não a reação dura.
Não podemos sucumbir ao mundo da fantasia, dissociados da realidade. Em condições críticas, como a barbárie de São Paulo, não existe outra opção que não a reação dura.
Não se pode oferecer flores para bandidos desse gênero inumano. Não é razoável achar que há chance de diálogo com quem mata policiais e outras pessoas inocentes de forma deliberada, no desatino da maldade.
É ridículo afirmar que a Educação faria um animal que pratica tamanha sandice se tornar um ser que atravessa velhinhas nos semáforos.
A punição passa a anos-luz de dar TV e outras regalias para esses bandidos. Antes ao contrário, cárcere escuro, frio, dividido com as ratazanas, digno das bestas.
Em lugares em que a violência foi controlada não foi afagando criminosos; os métodos passaram ao largo dessas receitinhas de quem vive nas portas dos xadrezes babando os presos.
Em lugares em que a violência foi controlada não foi afagando criminosos; os métodos passaram ao largo dessas receitinhas de quem vive nas portas dos xadrezes babando os presos.
Em Nova Iorque, por exemplo, os cidadãos de bem é que permanecem com suas armas. Os bandidos, não. Aqui é o contrário.
Lá não há acordo com bandidos, como também a lei encarcera quem rouba dinheiro público.
Punição é a palavra-chave.
E a população brasileira precisa tirar os traseiros do sofá e bradar por ela, a punição, com P maiúsculo, a plenos pulmões.
Não há alternativas com os governos ineptos que se sucedem para horror do Brasil e do seu povo hipnotizado!
Autor: José Henrique Vaillant - Publicado em maio/2006